Sérgio Guerra pede esclarecimento do caso Waldomiro Diniz



Ao falar sobre os escândalos denunciados pela imprensa no último fim de semana, o senador Sérgio Guerra (PSFDB-PE) disse que -ao mesmo tempo em que nega à minoria o direito de se manifestar e fiscalizar, através do Congresso, o governo do presidente Lula estabelece uma distorção que causa danos à democracia e ao próprio governo-. Ele opinou que enquanto o caso envolvendo o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz, não for esclarecido, falta autoridade ao governo para justificar as denúncias que surgiram depois.

Na avaliação do senador por Pernambuco, o escândalo no Ministério da Saúde envolvendo o coordenador-geral de Logística Luiz Cláudio Gomes da Silva é semelhante e uma repetição do caso Waldomiro Diniz. Mesmo dizendo que não acredita no envolvimento do ministro Humberto Costa nas irregularidades, ele comentou que não será fácil para o ministro se explicar, já que tinha um relacionamento íntimo com o assessor.

Da mesma maneira, Sérgio Guerra afirmou que acredita que o ministro da Casa Civil, José Dirceu, não está envolvido no caso Waldomiro Diniz, apesar do funcionário também desfrutar da intimidade do ministro. Se o governo federal não tivesse impedido o Congresso de cumprir sua tarefa de fiscalizar por meio de uma comissão parlamentar de inquérito, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não teria perdido a confiança da população, afirmou.

Sérgio Guerra confessou que se surpreendeu com a forma escolhida pelo governo Lula para tratar de questões éticas. Ele comparou que o surgimento e a história do Partido dos Trabalhadores sinalizavam que o governo petista se pautaria pela austeridade e o enfrentamento da corrupção. Por outro lado, o senador registrou que esperava dificuldades na condução da política econômica, da reforma agrária e também no enfrentamento do problema da previdência social.

Em aparte, o senador Osmar Dias (PDT-PR) comentou que as denúncias de corrupção no Ministério da Saúde e no contrato do Ministério da Previdência Social com a organização não-governamental Ágora, de um amigo do presidente Lula, reforçam a necessidade da instalação de uma CPI. Ele destacou que o seu partido apoiará qualquer investigação séria proposta no Senado.



24/05/2004

Agência Senado


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