César Borges anuncia adesão à CPI Waldomiro Diniz



O senador César Borges (PFL-BA) anunciou nesta quinta-feira (4) sua decisão de assinar o requerimento de criação da CPI sobre o caso Waldomiro Diniz. Ele afastou a hipótese de vingança e explicou que seu comportamento é orientado por convicções pessoais, pelo compromisso com a população da Bahia e pela posição do seu partido, o PFL. No início deste ano, gravações feitas pelo empresário de jogos de azar Carlinhos Cachoeira e divulgadas pela revista Época acabaram levando o assessor para Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz a pedir exoneração do cargo. Pelas gravações, em 2002, ano eleitoral, o assessor pediu propina ao empresário.

- Não se trata de qualquer tipo de retaliação ou vingança contra o governo federal pela interferência ilegal e indevida nas eleições municipais, como de fato já denunciei desta mesma tribuna. Até porque jamais estabeleci com qualquer membro do governo qualquer compromisso no sentido de assinar ou deixar de assinar as CPIs que venham a ser propostas nesta Casa.

Na opinião de César Borges, o governo nunca esteve interessado em investigar o caso Waldomiro. Para ele, o chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Waldir Pires, em vez de agir nesse caso, "continua desperdiçando recursos públicos escassos para perseguir seus adversários políticos". O senador indagou onde estava a Controladoria quando a Rede Globo denunciou casos extremamente graves envolvendo o uso ilegal de dinheiro público.

- Onde estava a Controladoria nas viagens da ministra Benedita, nas denúncias envolvendo o favorecimento de empreiteiras no Ministério dos Transportes, no caso da ONG Ágora, na Máfia dos Vampiros?

No caso de Waldomiro Diniz, César Borges disse que, apesar das manifestações favoráveis de vários pefelistas à instalação da CPI, por uma questão de convicção pessoal, decidiu inicialmente não apoiar a CPI, por considerar a criação de CPIs uma medida extrema, que deve ser utilizada apenas quando os órgãos competentes para apurar ilegalidades não estiverem conseguindo avançar satisfatoriamente nas investigações.

De acordo com César Borges, naquela ocasião, muitos integrantes da bancada governista declararam categoricamente que o episódio seria examinado à exaustão, o que, em sua opinião, nunca aconteceu.

- Onde estão essas tão difundidas providências? O que foi apurado até agora? Quantas pessoas foram ouvidas? Que poder tinha efetivamente o sr. Waldomiro dentro do governo? Quais os reais prejuízos para o erário público? O sr. Waldomiro agiu sozinho ou há outros envolvidos? Quantos foram devidamente punidos ou afastados?

Para o senador, na verdade o Executivo nunca esteve interessado em investigar o caso Waldomiro.

- Confesso que me sinto enganado pelo governo, pois confiei na promessa de que haveria uma investigação ampla e transparente e por isso não assinei, naquela época, a CPI sobre o caso.



04/11/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Agripino anuncia apoio à CPI sobre Waldomiro Diniz

César Borges anuncia retirada do projeto que alterava lei eleitoral

César Borges anuncia 'dia de luta' dos municípios por mais recursos

César Borges anuncia posição contrária à prorrogação da CPMF e da DRU

César Borges anuncia plano de trabalho da Subcomissão de Segurança Pública

César Borges anuncia início da investigação no caso de sabotagem biológica