Agripino, Arthur Virgílio e Demóstenes debatem reforma do Conselho de Ética



O líder do DEM, senador José Agripino (DEM-RN), anunciou em Plenário os motivos da saída dos representantes de seu partido do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O anúncio gerou um pequeno debate sobre o papel do Conselho, no qual falaram também os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Mão Santa (PMDB-PI).

Agripino afirmou que a decisão para retirar os membros do partido do Conselho foi tomada em reunião de bancada, como resultado de um "desconforto absoluto" de seus integrantes. O líder afirmou que os senadores do DEM queriam o estabelecimento do contraditório no Conselho, com manifestações da acusação e da defesa, mas o que se viu, no caso do arquivamento das representações contra o presidente do Senado, José Sarney, foi a "prevalência da aritmética, não da ética".

- Nossa presença significa coonestar o processo. Para não fazer isso, estamos nos retirando deste Conselho de Ética - afirmou o líder do DEM, ressalvando que essa postura partidária não deve ser vista como uma contribuição para que o Conselho fique vago ou ineficaz.

O líder informou que o partido irá apresentar uma proposta para que o Conselho passe a ter, em sua composição, um representante para cada partido com assento na Casa. Assim, afirmou Agripino, o Conselho deixa de ter maioria de determinado partido e poderá discutir a ética, deixando de ser uma questão de aritmética, ou seja, do número de integrantes de cada partido, para ser "uma questão de argumento e comprovação".

Agripino citou a situação do líder do PT, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que terminou em conflito com sua própria bancada porque "não teve condição de sintonizar" o pensamento do governo com o da bancada.

Já o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) - que foi absolvido, no Conselho, da acusação de ter permitido que um funcionário de seu gabinete fizesse um curso na Europa sem deixar de receber os salários pagos pelo Senado - lembrou que a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) também irá apresentar um anteprojeto para a reforma do Conselho. Para Arthur Virgílio, é preciso impedir a disputa entre grupos no Conselho, disputa esta que deixa de fora a preocupação com a própria ética.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) reiterou a opinião da inutilidade de um Conselho de Ética que tem maioria e minoria. Ele elencou três sugestões para a reforma do Conselho: a primeira, acabar com composição proporcional e estabelecer uma composição paritária. A segunda, proibir que suplentes em exercício do mandato participem do colegiado. E, por fim, acabar com a possibilidade de o presidente do Conselho arquivar qualquer representação sem que haja antes uma investigação.

Demóstenes sugeriu que o relator dos três projetos que tratam da reforma do Conselho, senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA), consiga estudar as demais propostas que agora estão sendo feitas para chegar a um consenso. Os projetos em tramitação foram apresentados pelos senadores Tião Viana (PT-AC), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Osmar Dias (PDT-PR). Arthur Virgílio informou que também tem uma proposta sobre o assunto. Na presidência da sessão, o senador Mão Santa (PMDB-PI) sugeriu que a comissão que trata da reforma do regimento do Senado também debata o assunto.



25/08/2009

Agência Senado


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