Agripino: Buratti reforça necessidade de CPI
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), disse nesta segunda-feira (15) que o surgimento de mais um nome no caso Waldomiro Diniz, o do "consultor" Rogério Buratti, reforça a necessidade da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. A CPI já tem 27 assinaturas, mas os líderes dos partidos que apóiam o governo decidiram não indicar seus representantes na comissão, o que na prática impede seu funcionamento.
O senador potiguar observou que uma série de pessoas com comportamento suspeito ou flagrantemente irregular são ligadas ao PT e entre si, o que os faz lembrar um produto típico das praias nordestinas: a corda de caranguejo, usada para a venda desses animais ainda vivos. Ele questionou o porquê de Buratti ter sido demitido do cargo de assessor de Antonio Palocci, quando este governava o município de Ribeirão Preto (SP), sob acusação de irregularidades, e depois continuar prestando assessorias a várias prefeituras do PT.
Em depoimento à Polícia Federal, funcionários da Gtech, multinacional que tem contrato com a Caixa Econômica Federal para a administração de loterias, disseram que Waldomiro Diniz tentou conseguir a participação de Buratti no negócio como consultor.
- Não posso ser cobrado por omissão. É em nome do interesse público que venho pedindo a CPI - disse José Agripino.
Ele disse achar que depois da decisão dos líderes governistas só resta à oposição dois caminhos: conseguir do Supremo Tribunal Federal (STF) que determine ao presidente do Senado, José Sarney, a indicação dos representantes dos partidos na CPI e levar a votação projeto de resolução do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que deixa claro no Regimento Interno a obrigação de o presidente da Casa fazer a designação dos membros da CPI, em caso de recusa ou omissão dos líderes. O projeto (PRS 37) tramita desde 1999.
15/03/2004
Agência Senado
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