Agripino cita artigo de Bornhausen para registrar decepção com governo Lula



O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), pediu a transcrição nos anais do Senado do artigo intitulado "Um terço já se foi", assinado pelo presidente nacional da legenda, senador Jorge Bornhausen (SC), no jornal Folha de S. Paulo. Agripino disse que o texto reflete o desapontamento da sociedade brasileira com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, decorrido um terço de seu mandato de quatro anos.

- O senador mostra que, cumpridos 491 dias de uma "apatia frenética", praticamente nada se produziu, a não ser uma forte decepção da sociedade brasileira, que acreditou nas "quiméricas promessas eleitorais, que começaram com os dez milhões de empregos e com o estabelecimento de padrões éticos inéditos" - avaliou Agripino, citando trechos do artigo de seu colega de partido.

Bornhausen explica, no texto, a expressão "apatia frenética", dizendo que ela reflete-se, por um lado, na incapacidade de resolver os grandes problemas nacionais, na apatia de cumprir a missão de governar e de cumprir as promessas de campanha, e, por outro, no empenho "frenético, falastrão e até agressivo" do governo Lula para garantir a impunidade da corrupção, "abafando a qualquer custo o caso Waldomiro Diniz".

Depois de recordar a vitória de Lula em 2002, com 61,27% dos votos no segundo turno, o senador Bornhausen diz, no texto publicado pela Folha de S. Paulo, que o que foi mostrado na campanha "era tudo falso, um sonho". Para ele, o presidente obteve muitos votos graças "aos clips e aos truques do marqueteiro Duda Mendonça", e com "promessas jogadas ao vento". Decepção que, como destacou o artigo citado no discurso do senador José Agripino, tão cedo não será esquecida pelo povo brasileiro.

- Esses artifícios, depois de Lula, não valerão mais, porque o eleitorado já viu que truques não valem e o tal carisma é também truque. Esses 419 dias carregam uma carga de decepção tão forte que, tenho certeza, influirá profundamente no futuro da política brasileira - prevê o autor, para quem o erro do PT foi imaginar que "o povo lhe havia assinado um cheque em branco".



24/05/2004

Agência Senado


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