Agripino cobra presidência da CPI para a oposição e pede investigação patriótica



A divisão do poder dentro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras foi cobrada nesta terça-feira (19) pelo líder do DEM, José Agripino (RN). Segundo ele, o DEM e o PSDB já têm um candidato para ocupar a presidência da comissão, cuja relatoria, atendida essa reivindicação, ficaria com a bancada do governo - a maioria.

Conforme o senador, a escolha de um oposicionista para a presidência da CPI daria equilíbrio às investigações, dificultando que se tornasse tendenciosa. Na mesma linha de raciocínio, Agripino pregou a necessidade de livrar a CPI de "emocionalismos".

- É preciso despolitizar a CPI para que se proteja a Petrobras, patrimônio do povo brasileiro. Temos de entrar em acordo para uma CPI com patriotismo - disse o líder do DEM.

Para ele, esse entendimento deveria incluir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de forma que o chefe do governo evitasse acusar os oposicionistas de causarem prejuízos à companhia.

Agripino anunciou que DEM e PSDB já escolheram os nomes dos senadores que serão indicados pelos dois partidos para a CPI, mas não informou, em seu discurso, quais serão as indicações. Agripino assinalou que a aliança entre os dois partidos é sólida, embora cada agremiação tenha sua própria maneira de agir.

- Não vou discutir o que aconteceu na sessão de quinta-feira (14). A aliança com o PSDB é mais robusta do que eventuais desentendimentos - afirmou Agripino.

Ele cumprimentou o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), por reconhecer que agiu de maneira "juvenil", naquela sessão, ao buscar a leitura do requerimento de criação da CPI. Na sessão, classificada de "pesada" por Agripino, o nome do líder democrata foi citado várias vezes por causa do acordo que firmara com os governistas para a realização prévia de uma audiência pública destinada a ouvir o presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, antes que o Senado efetivasse a CPI.

- Agi em sintonia com a maioria da minha bancada, já que havia quem defendesse a criação imediata da CPI. Procurei o equilíbrio, mas isso não quer dizer que estivesse próximo de uma posição governista, tanto é que, lido o requerimento, estivemos vigilantes para garantir que assinaturas não fossem retiradas - explicou o líder do DEM.

Segundo ele, o pedido para que trabalhasse pela retirada de apoios partiu de altos integrantes do governo.



19/05/2009

Agência Senado


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