Agripino cobra celeridade na investigação do caso do dossiê



"Talvez estejam tentando evitar que descubram que (o presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva) é conivente com a improbidade e com a impunidade e que ele, se não rouba, deixa roubar". A suspeita foi levantada pelo senador José Agripino (PFL-RN), da tribuna do Plenário, em pronunciamento nesta quinta-feira (5), no qual cobrou celeridade na investigação do caso do dossiê e criticou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, por ter declarado à imprensa que a investigação somente seria concluída após o segundo turno da eleição presidencial.

- O ministro da Justiça, o comandante da Polícia Federal, o homem responsável pela investigação, Márcio Thomaz Bastos, teria dito que a apuração dos fatos só acabará antes da eleição se alguém contar a verdade espontaneamente. Não é nem em trinta nem em sessenta dias, mas depois de passado o segundo turno - afirmou José Agripino.

Na avaliação do senador pelo Rio Grande do Norte, a Polícia Federal, sob as ordens de Márcio Thomaz Bastos, e o Banco Central agiram de forma rápida no episódio da quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Tal agilidade não estaria sendo repetida agora no caso da tentativa de compra, por petistas, do dossiê contra candidatos do PSDB, entre eles José Serra, que venceu a eleição para governador de São Paulo.

José Agripino argumentou que, se o presidente Lula deseja realmente ver o caso esclarecido, como externou em entrevista à imprensa concedida na última segunda-feira, não precisa pedir isso a Deus.

- Basta convocar uma reunião com os citados, já que todos eles são seus amigões do peito, e pedir que eles contem ao país a história toda - sugeriu o senador.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) classificou o PT de "uma organização criminosa" e o escândalo do dossiê de "uma imoralidade". Já o senador Almeida Lima (PMDB-SE) informou que delegados da Polícia Federal estariam contrariados com a interferência do governo nos trabalhos da instituição.

Por sua vez, Sibá Machado (PT-AC) lembrou que, em eleição anterior, foi oferecido a Lula um dossiê que envolveria os peessedebistas José Serra, Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas e que o então candidato a presidente não teria aceitado sequer analisar o conteúdo dos documentos. Marcos Guerra (PSDB-ES) declarou que está na hora de o presidente deixar de tentar passar a imagem de vítima e de que não sabia de nada.

05/10/2006

Agência Senado


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