Agripino critica governo Dilma por falhas na gestão do setor elétrico
A gestão do governo de Dilma Rousseff no setor de energia foi criticada pelo senador José Agripino Maia (DEM-RN). Enquanto faltam linhas de transmissão e investimentos, o governo resolve apostar nas usinas termoelétricas, que geram energia a um custo maior, apontou o senador.
A decisão do governo de colocar em funcionamento termoelétricas, ante a possibilidade - admitida pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão - de falta de energia, pode, na opinião de Agripino, pressionar a inflação e prejudicar as contas públicas. A energia produzida pelas termelétricas é mais cara por ser gerada a partir da queima de gás natural, gasolina, diesel e carvão mineral, produtos hoje importados pelo Brasil.
Como o governo não deve repassar esse custo para o consumidor, especialmente num ano eleitoral, o prejuízo deve ficar nos cofres públicos, observou. Só em 2013, foram R$ 10 bilhões de subsídios, com estimativas de 18 bilhões de reais neste ano, disse o senador.
E esse dinheiro poderia muito bem ser investido na melhoria da infra-estrutura, sugeriu Agripino Maia.
- O ano de 2015 será um ano terrível para quem for presidente da República. Porque não tenho dúvida: o governo não vai aumentar a tarifa da energia elétrica, vai [deixar] acumular este buraco, vai investir menos em infraestrutura e o custo-brasil vai aumentar cada vez mais. Mas, politicamente, vai segurar o custo da tarifa, porque este é um ano de eleição, para guardar uma caixa-preta para o futuro presidente. Seja quem for, que vai encontrar esse e outros buracos-negros - previu o senador.
Agripino afirmou que a origem do problema está na regulamentação do setor elétrico, que remunera melhor a energia produzida a partir de usinas prontas e paga menos para aquela gerada por novos empreendimentos. Esse modelo inibiu investimentos no setor, num momento em que o consumo de energia aumentou.
Ao mesmo tempo, acrescentou, parques eólicos no Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará e Bahia, que poderiam fornecer a energia que falta, não levam até os consumidores 1.300 megawatts gerados por falta de linhas de transmissão, lembrou o senador.
17/02/2014
Agência Senado
Artigos Relacionados
Agripino critica gestão do governo no setor de energia e cobra explicações sobre Petrobras
Alvaro Dias critica gestão da economia no governo Dilma
Agripino elogia acordo em torno das MPs do setor elétrico
Lobão Filho defende gestão do setor elétrico
Transparência de gestão no setor elétrico é defendida por especialistas
Agripino diz que Aneel não tem recursos nem técnicos suficientes para fiscalizar o setor elétrico