Agripino diz que Bolsa-Família condena beneficiados à dependência
Citando um estudo da Universidade de Campinas (Unicamp), o senador José Agripino (DEM-RN) afirmou nesta quinta-feira (17) que a população miserável do Nordeste diminuiu proporcionalmente nos últimos anos, mas que também se reduziu a quantidade de habitantes da região com emprego. A partir dessas informações, o líder do DEM no Senado argumentou que o fenômeno teria como causa o Bolsa-Família, porque o programa - disse ele - tira as pessoas da miséria sem inseri-las no mercado de trabalho.
- Por meio de um óbolo, estamos condenando um contingente enorme à dependência - declarou o parlamentar.
Agripino disse que, de acordo com esse estudo, a parcela da população do Nordeste com alguma ocupação caiu de 77,8% em 2002 para 76,2% em 2005. Já a população miserável teria diminuído de 44,6% em 2004 para 24,1% em 2005.
- O número de miseráveis caiu violentamente - reconheceu o senador, reiterando, no entanto, que "o efeito Bolsa-Família é um perigo, porque leva as pessoas à leniência, à dependência".
Bolsa-Escola
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que "a miséria não está diminuindo; o que está acontecendo é que a miséria está com um pouquinho mais de dinheiro no bolso". Ele frisou que "a porta de saída para a pobreza é uma boa escola para os filhos dessas pessoas" e, nesse contexto, declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu um erro ao transformar o Bolsa-Escola no Bolsa-Família. Para ele, um programa de caráter educacional, que visava a retirar as pessoas da pobreza, não poderia ser combinado com outro de caráter assistencial.
Como exemplo, Cristovam disse que, com a mudança de nome (de Bolsa-Escola para Bolsa-Família), "a mãe que recebia esse benefício e que antes dizia 'recebo esse dinheiro porque meu filho vai à escola e, por meio dela, vou sair da pobreza' agora diz 'recebo esse dinheiro porque minha família é pobre e, se eu sair da pobreza, perco a bolsa'".17/05/2007
Agência Senado
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