Agripino diz que dinheiro do dossiê pode ter vindo de cartões corporativos
Depois de informar que, segundo o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), funcionários da Secretaria de Administração da Presidência da República sacaram com cartões corporativos, entre janeiro e abril de 2005, quase R$ 1 milhão, o senador José Agripino (PFL-RN) levantou a possibilidade de saques desse tipo terem sido utilizados para arrecadar o dinheiro encontrado com petistas, que supostamente serviria para a compra de um dossiê contra tucanos.
- Eu tenho o direito de raciocinar desse jeito. Quem me assegura que não saiu desses saques de dinheiro da República sem obrigação de prestar contas? Quem me assegura que um governo que tem Waldomiro [Diniz] e Freud [Godoy] dentro do Planalto não é capaz de lavar o dinheiro da viúva para usar em dossiê - indagou o senador.
Para José Agripino, embora necessários, os cartões corporativos precisam ser fiscalizados. Ele registrou que alguns senadores pediram oficialmente informações sobre os gastos realizados com os cartões, mas tiveram suas solicitações negadas pela Presidência da República. Agripino disse que, enquanto um cidadão comum é investigado cada vez que sua fatura de cartão de crédito ultrapassa R$ 4 mil, os usuários dos cartões corporativos do governo não tem seus gastos sequer discriminados.
Em aparte, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) registrou que o Tribunal de Contas da União detectou não apenas excesso de gastos com os cartões corporativos, como também notas frias dando suporte a alguns gastos. Já o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse ter ficado curioso para saber que valores foram sacados em 2006, já que os dados apresentados por José Agripino foram do ano passado. O senador disse que escolheu os dados aleatoriamente.
10/10/2006
Agência Senado
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