Agripino diz que viagem de Lula não trouxe benefícios para o Brasil
O senador José Agripino (PFL-RN) disse que a viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, na semana passada, aos Estados Unidos, México e Cuba, não trouxe nenhum benefício para o Brasil. Ele afirmou que a visita aos Estados Unidos gerou complicações, no México, na melhor das hipóteses, o país não obteve ganho algum e a estada do presidente em Cuba confundiu a posição brasileira sobre os direitos humanos.
Citando matéria publicada na edição de domingo do jornal O Globo, intitulada -Críticas de Lula causam polêmica nos EUA-, Agripino observou que o presidente brasileiro deveria ter agido como negociador, conciliador e agregador ao discursar no Conselho de Relações Exteriores. Ao contrário, lamentou o senador potiguar, Lula deixou a impressão de preferir estimular o confronto com a política americana.
No México, prosseguiu José Agripino, além de ter se envolvido em -discussões estéreis- sobre o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Lula recebeu o principal líder da esquerda daquele país, Cuauhtemoc Cárdenas, do Partido da Revolução Democrática. O senador destacou que o compromisso não deve ter agradado ao presidente mexicano, Vicente Fox.
Em Cuba, segundo José Agripino, a situação foi oposta. O coordenador do Movimento Cristão Liberação, Oswaldo Payá, pediu oficialmente ao presidente brasileiro uma audiência para tratar da questão dos direitos humanos naquele país, mas Lula não concordou em receber o oposicionista ao governo Fidel Castro.
- Lula disse que não conversaria sobre direitos humanos nem sobre qualquer outro assunto doméstico de Cuba. Mas por que ele concordou em receber Cárdenas no México? Por que não conceder audiência ao cubano que queria falar sobre direitos humanos? Sobre o fuzilamento de três pessoas, assunto que impactou o mundo inteiro há pouco tempo - afirmou Agripino.
Desemprego
Outro assunto abordado por José Agripino foi o anúncio feito recentemente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do aumento do desemprego no país, que subiu de 12,8% para 13%, revertendo uma expectativa de queda. Ele disse que todas as medidas adotadas pelo governo até o momento para reaquecer a economia são tímidas.
29/09/2003
Agência Senado
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