Mercadante: viagem de Lula à China é estratégica para o Brasil
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou que a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China é estratégica para o desenvolvimento do Brasil, pois cria novas condições para continuar o aumento do comércio entre os dois países, além de possibilitar investimentos chineses em território brasileiro.
Para Mercadante, a viagem consolida o que ele chamou de -eixo Sul-Sul", envolvendo Brasil, África do Sul, Índia, China e Rússia. Ele lembrou que as cinco nações atuaram juntas no Grupo dos 20, durante a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún, no México, no ano passado.
- Esta é a missão diplomática e comercial mais importante deste governo. A China não pretende continuar usando seus saldos comerciais quase só em títulos do Tesouro norte-americano - disse. Mercadante salientou que a China deve se tornar já neste ano o principal investidor externo no Brasil, superando até mesmo os norte-americanos.
A viagem acontece 30 anos depois do reatamento de relações entre as duas nações e ocorre ao final de quase 20 anos de elevado crescimento econômico chinês, destacou Mercadante. Os chineses já conseguem exportar US$ 326 bilhões - quatro vezes mais que o Brasil, produzem 220 milhões de toneladas de aço por ano e consomem 25% de todo cimento que o mundo produz, acrescentou.
- A aproximação do Brasil com a China foi motivo de editorial do jornal inglês Financial Times, que cobrou dos Estados Únicos mais atenção para a América Latina, especialmente para o Brasil. Disse que a China está ocupando espaços que seriam dos americanos e até europeus - informou Aloizio Mercadante.
O líder governista ressaltou que a viagem de Lula já rendeu a assinatura de 14 convênios entre governos e empresas, envolvendo, entre outros, uma associação com a Embraer, investimentos no porto de Itaqui (MA) e maior cooperação científica e tecnológica. Brasileiros e chineses já mantêm acordos tecnológicos, inclusive para o lançamento de um satélite brasileiro. O comércio entre os dois países pode chegar neste ano a US$ 10 bilhões.
24/05/2004
Agência Senado
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