Agripino: governo deve cortar compulsório e impostos para reduzir juros ao consumidor
O senador José Agripino (RN), líder do PFL, sustentou que o governo "não tem feito nada" para reduzir os juros para os consumidores. Ele informou que, no ano passado, os bancos que operam no Brasil cobraram um spread (diferença entre captação e aplicação) de 44% ao ano, a maior taxa de todo o mundo, conforme levantamentos de empresas especializadas.
- Esse spread pode ser reduzido. Basta diminuir o compulsório que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central e reduzir os impostos que incidem sobre as operações financeiras. Cortar os juros para os consumidores é uma medida que depende unicamente do governo. E por que ninguém fala disso? Pois eu a partir de agora vou questionar isso diariamente - afirmou o líder pefelista.
Para ele, o custo do dinheiro no Brasil é caro também porque, obedecendo à lei da oferta e da procura, trata-se de uma mercadoria escassa, pois o governo brasileiro acaba "comprando" a sua quase totalidade, para rolar a sua dívida. José Agripino sustentou que, se o governo disputa a mercadoria dinheiro, "é claro que seu preço acaba sendo elevado". Se o governo disputasse a safra de uma fruta, seu preço também subiria, disse.
O aumento de 13,4% na arrecadação federal no mês de março, comparado ao mesmo mês do ano passado, foi motivo de crítica do líder do PFL. No ano passado, lembrou, os partidos de oposição lutaram contra a medida da ampliação da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a baixa correção da tabela do Imposto de Renda e o aumento da Contribuição sobre o Lucro Líquido das empresas.
- O governo dizia que isso não iria aumentar a carga tributária. Nós mostramos que isso ia acontecer. O primeiro resultado saiu agora e mostra um recorde de arrecadação de impostos. O aumento dos impostos pode ser bom para o governo, mas é péssimo para quem procura emprego ou para empresas que vivem no sufoco - sustentou.
15/04/2004
Agência Senado
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