Agripino quer aprovar relatório de Serraglio "para não comprometer anseio da Nação"



O senador José Agripino (PFL-RN) teme que a eventual apresentação de um relatório paralelo por aliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva inviabilize a aprovação do relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) na CPI dos Correios. O pefelista chega a estranhar a "sofreguidão" com que governistas adotam uma atitude de confronto com um relatório "corajoso, realista e patriótico, produzido por um parlamentar cujo partido apóia o governo Lula.

- O governo Lula, hoje, é marcado pelo medo. Minha proposta é fechar com o relatório Serraglio para não comprometermos um anseio da Nação - defendeu.

Agripino prevê "uma batalha" para a próxima terça-feira (4), quando está prevista a votação do relatório final na CPI dos Correios. O pefelista adverte que, se a Justiça não considerar os cem indiciamentos propostos por Serraglio e condenar os culpados, o papel investigativo do Congresso não terá surtido efeito, prevalecendo a impunidade.

Após observar que praticamente todos os protagonistas do documentário Entreatos, que retrata a campanha de Lula à Presidência da República em 2002, são indiciados no relatório de Serraglio, Agripino disse sentir falta apenas do indiciamento do "homem da cueca". O senador referia-se a Adalberto Vieira da Silva, assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães, irmão do petista José Genoíno, preso em São Paulo com milhares de dólares e reais na cueca.

Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirmou que um novo relatório significa pizza e impunidade para todo mundo. Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) acredita que ainda há muito dinheiro do "caixa dois" atribuído à campanha petista entocado em algum lugar. O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) criticou a absolvição do deputado José Nobre pela Assembléia Legislativa do Ceará no episódio do dinheiro na cueca, enquanto o senador Sibá Machado (PT-AC) prevê animosidade entre governistas e oposicionistas na votação do relatório final na CPI dos Correios.



30/03/2006

Agência Senado


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