Agripino refuta tese do PT de que doutrinas liberais causaram crise econômica



O senador José Agripino (DEM-RN), em discurso nesta quarta-feira (10), refutou a tese do PT, defendida, segundo o senador, em reunião ocorrida esta semana, de que a crise financeira internacional se deve às práticas liberais apoiadas e adotas por partidos como o DEM e do PSDB.

Agripino lembrou que o êxito do atual governo - do PT -, no plano econômico, deve-se justamente a práticas que vêm sendo adotadas desde o governo do presidente Itamar Franco, citando como exemplo o equilíbrio fiscal, o câmbio flutuante, a autonomia do Banco Central, ("de fato, se bem que não de direito"), os superávits de arrecadação e a contenção da inflação.

O senador salientou que tudo isso - "esse contencioso pretérito que a duríssimas penas se implantou no passado e que veio produzir resultados positivos agora" - é resultado das teses liberais.

- O presidente da República pratica isso tudo. O PT, que é o partido dele, desautoriza isso tudo como que querendo dizer que vão agora fazer a mudança. Que mudança? Mudança do que deu certo? - indagou o senador, assinalando que a crise mundial é decorrência da falta de controle da concessão de empréstimos para financiamentos imobiliários nos Estados Unidos, o que contaminou e empobreceu o mundo inteiro.

Agripino afirmou que nem ele nem a oposição aposta no "quanto pior, melhor", mas disse acreditar que em 2009 a crise vai mostrar sua "face mais dura", com perda de postos de trabalho e dificuldade para conter a inflação, além de desaquecimento da economia e perda do bem estar do cidadão brasileiro. A turbulência econômica, disse ele, "deixa exposta a fragilidade de muitos segmentos da economia".

O senador frisou, entretanto, que a oposição está a postos, no Senado, para ajudar a aprovar medidas que contenham a crise, como já fez com a MP 442/08, que amplia os poderes do Banco Central no socorro às instituições financeiras que passam por dificuldade.

Observou, no entanto, que não votará a favor de medidas nocivas, a exemplo de alguns itens da MP 443, que autoriza a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil a comprarem "ativos podres" de outros bancos - o que considerou "um cavalo de tróia irrecuperável" - nem do projeto (PLC 164/08) que prevê a criação do Fundo Soberano, a seu ver "insensato, impróprio e inoportuno", já que um fundo dessa natureza deve ser criado com excessos fiscais e cambiais, e não agora, quando deveria haver, por parte do governo, manifestação de contenção de gastos públicos.



10/12/2008

Agência Senado


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