José Agripino: prefeitos pagam conta de 'administração econômica defeituosa' do governo federal



O senador José Agripino (DEM-RN) manifestou preocupação, nesta terça-feira (13), com o modelo econômico que o Brasil vem adotando nos últimos anos. Em sua opinião, os prefeitos estão sofrendo as consequências de uma administração defeituosa, dependente de "dinheiro que chega artificialmente".

- A crise se abateu em decorrência da queda do PIB, já que o PIB de 2010 cresceu 7,5%; o PIB de 2011, 1,5% ou 1,7%; e a crise em 2012 está esboçada, crise esta decorrente da atividade econômica e arrecadação em baixa – afirmou.

O senador explicou que, para combater a crise da economia, o governo concedeu incentivos como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis. De acordo com Agripino, a ação prejudicou os municípios, já que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) é composto pelo Imposto de Renda e pelo IPI.

- Se o governo adotou um remédio que foi bom para manter o emprego nas montadoras de automóveis, na construção civil, foi muito ruim para as finanças municipais – afirmou.

José Agripino também criticou a alta taxa de juros do país, que dificultaria investimentos internos e teria levado à falta de competitividade das indústrias brasileiras. Ele afirmou que as nações só se tornam poderosas com o desenvolvimento de suas indústrias e lamentou que, desde 2004, a participação da indústria no PIB esteja caindo.

– Onde mais se mede a competitividade de um país é pela capacidade de ele produzir um bem industrial e vender na competição internacional – disse.

O senador alegou que, para conter a crise econômica, o governo apelou para a Petrobras. Segundo ele, a decisão de comprar plataformas de produtores brasileiros, mesmo com preço mais alto, para gerar emprego, obrigou a empresa a gastar mais e afetou seu lucro.

- A gestão da Petrobras foi entendida no plano internacional como gestão defeituosa, e as ações da Petrobras desabaram – disse.

Agripino criticou ainda a mudança no processo de concessão para a perfuração de poços de petróleo no modelo de partilha. Nesse modelo, a participação da Petrobras, ao lado do vencedor privado do leilão, é obrigatória.

- Pararam os leilões porque a Petrobras, que tem que ser sócia compulsória, não tinha dinheiro para participar, ao lado de ganhadores privados, dos investimentos que o país precisava para manter a autossuficiência – lamentou.

O senador lembrou que o Brasil está ficando para trás em competitividade, em relação a outros países da América Latina, como México, Peru, Colômbia e Chile, e advertiu para que o país acorde antes que a população tenha que "pagar um preço muito alto".



13/11/2012

Agência Senado


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