Ala governista do PMDB já pensa em virar a mesa





Ala governista do PMDB já pensa em virar a mesa
No mesmo dia da formalização das pré-candidaturas de Simon e Itamar, Temer diz que prévias podem ser caceladas

Caso o Conselho Político seja chamado a opinar, uma nova convenção teria que ser realizada. E o presidente do partido está disposto a convocar, caso seja provocado para isso.

O senador Pedro Simon (RS), pré-candidato do PMDB à Presidência da República, afirmou que não existe clima no partido para alterar a decisão sobre a realização de prévias no dia 20 de janeiro de 2002 - com o objetivo de definir o nome do candidato que disputará a eleição.

Mas o presidente do partido, Michel Temer, disse ontem que, se o Conselho Político do PMDB for acionado, uma nova convenção nacional pode ser realizada para deliberar sobre as prévias. Temer deu sinais de que as prévias do partido, marcadas para o dia 20 de janeiro, podem ser Canceladas ou sofrer alteração de data.

Essas possibilidades foram levantadas pelo presidente nacional do PMDB no mesmo dia em que os dois pré-candidatos à Presidência da República, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, e o senador Simon formalizaram, em Brasília, por meio de carta, a participação nas prévias.

A proposta de adiamento está sendo defendida pelo governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Temer, no entanto, negou que já tenha sido formalizado no Conselho Político o pedido para que a convenção seja adiada.


Serra e Ciro trocam insultos.
O pré-candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, atacou ontem, em São Paulo, o ministro da Saúde, José Serra, e elogiou Tasso Jereissati, que, para ele, é o "melhor candidato" da situação à sucessão de Fernando Henrique Cardoso. Ciro compareceu à homenagem que a família do governador Mário Covas prestou a Tasso Jereissati.

Ciro insinuou que Serra seria o responsável pela divulgação de denúncias envolvendo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, com desvios de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

"Conheço ele (Serra) há muito tempo. Ele é dado a essas coisas de futrica de imprensa, de intriguinha, de notinha. Ele é muito usual nesse comportamento", declarou.
Ao saber das declarações de Ciro, o ministro da Saúde José Serra classificou-o como o "o candidato do insulto".

Irritado aproveitou para repetir que Ciro não tem programa de governo : "Isso que ele (Ciro) disse não é novidade, porque insultar é de fato a única coisa que ele sabe fazer. Não tenho nada mais a dizer sobre os destemperes (de Ciro)".

Horas antes, em um seminário na Câmara Federal, em Brasília, o ministro havia mandado uma indireta, ao comentar a "irresponsabilidade" da abertura da economia no governo Itamar Franco, quando Ciro Gomes era ministro.


Pressionado, Padilha pede demissão a FHC
O ministro dos Transportes resolveu romper com o Governo Federal para facilitar a aliança regional entre PMDB e PDT

O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, vai antecipar sua saída do governo Fernando Henrique, prevista para o final de dezembro. Ele deverá deixar o govemo hoje ou quinta-feira, a pedido do presidente do PMDB do Rio Grande do Sul, deputado Cezar Schirmer (RS).

Sua demissão representaria simbolicamente o afastamento do PMDB gaúcho do governo Fernando Henrique e viabilizaria os entendimentos para uma coligação no governo do Estado com o PDT no ano que vem. . " O PMDB decidiu que vai ter candidato a presidente, o Simon e o Itamar já se registraram para as prévias, e, como vamos nos afastar do governo, pedi ao Padilha que antecipasse seu pedido de demissão," disse Schirmer.

Schirmer foi ao Ministério dos transportes ontem à tarde pedir oficialmente que Padilha se demitisse. O ministro decidiu atender ao pedido e vai pedir para deixar o cargo antes desta quinta-feira, quando o presidente Fernando Henrique viaja à Espanha e à França.


Bernd pediu. Assembléia quebra sua imunidade.
Deputado do PPS é acusado de irregularidade na Fundação Nacional da Saúde.

O plenário da Assembléia Legislativa do Estado aprovou ontem, a quebra da imunidade parlamentar do deputado Mário Bernd (PPS), para ser processado pelo Tribunal Regional Federal.

Bernd pediu a quebra da sua imunidade em agosto desse ano junto à Comissão de Ética da Casa.
A comissão aprovou o pedido do parlamentar que foi submetido a plenário, onde recebeu decisão favorável.

O deputado justificou o seu pedido por entender que a sua imunidade estava lhe prejudicando mais do que ajudando. Desta forma, segundo Bernd, ele poderá "se defender das acusações de supostas irregularidades ocorridas durante a sua administração na Fundação Nacional de Saúde, nos anos de 1994 e 1995". A retirada da imunidade do deputado Mário Bernd recebeu 37 votos favoráveis e nenhum contrário.


Consumidor ainda não conhece os transgênicos
Representantes do Ministério Público diz que, antes de criar leis, governo deveria incentivar pesquisa sobre os produtos

As leis federais e estaduais que regem a comercialização de produtos com OGM (Organismos Geneticamente Modificados), os transgênicos, não defendem o consumidor. Esta foi uma das conclusões do primeiro Fórum do Mercosul de Transgênicos, que aconteceu ontem, na Assembléia Legislativa, em Porto Alegre.

O evento discutiu as implicações do plantio e do consumo destes alimentos. Para o coordenador do Centro de Apoio de Defesa do Consumidor do Ministério Público do RS, Paulo Valério Moraes, a legislação da rotulagem dos transgênicos - aprovada em nível nacional e estadual - foi precipitada.

"Primeiro é preciso descobrir os efeitos destes produtos no organismo. As leis são boas, mas não garantem a segurança do consumidor", criticou.

DÚVIDAS - O secretário da Agricultura, José Hermeto Hofftmann, defendeu a criação de uma área livre de transgênicos no Estado.

“Assumimos uma postura de cautela e precaução, uma vez que ainda há muitas dúvidas em relação aos riscos que estes produtos representam para a saúde do ser humano e ao meio ambiente”, disse.


Editorial

Menos empregos formais

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mercado de trabalho brasileiro criou 80.028 novos empregos com carteira assinada no mês de setembro.

O Caged, órgão do Ministério do Trabalho, diz que, no período de 7 de setembro a 7 de outubro, foram contratados 861.183 trabalhadores e demitidos outros 781.155.

Contudo, no acumulado do ano o mercado absorveu apenas 772.730 trabalhadores, contra 867.477 no período de janeiro a setembro do ano passado - e isso representa 12% a menos nas vagas com carteira assinada.

O aumento da informalidade do emprego no Brasil está diretamente ligado à oneração da geração de novas vagas. Hoje, pouco mais de 10% da população brasileira é constituída por trabalhadores com emprego formal. Para os cerca de 20 milhões de brasileiros que têm carteira assinada, estima-se que existam 60 milhões sem nenhum tipo de proteção.

Isso acontece porque o empregador tem um alto custo a cada vaga que cria. Para cada R$ 100,00 de salário que ele paga ao trabalhador, tem um custo adicional de R$ 102,00 em encargos sociais.

O desestímulo ao empregador junta-se a uma situação conjuntural que não está delineando um cenário mais otimista para o último trimestre do ano, como geralmente acontece. Nos últimos dias, mesmo grandes empresas anunciaram fechamento de vagas.

Mais do que nunca, é preciso lutar pela desoneração do emprego, pois só através dele os milhões de brasileiros que estão na linha da pobreza e da miséria poder ão alcançar condições dignas de vida.


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10/24/2001


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