Alberto Silva é contra cotas para negros nas universidades



O senador Alberto Silva (PMDB-PI) disse nesta terça-feira (25) que é contra o estabelecimento de cotas para negros nas universidades, por entender que o sistema é uma espécie de apartheid. Ele explicou que é favorável à garantia de um vestibular livre a todos os brasileiros, independente de sua cor, raça, religião ou opção sexual.

A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), em aparte, disse que, antes de se colocar contra o sistema de cotas, é preciso aprofundar o debate. Ela ressaltou que, muitas vezes, as cotas são ações afirmativas necessárias para quem não tem oportunidades iguais.

Alberto Silva respondeu sugerindo a criação de cursinhos pré-universitários públicos para que os pobres tenham as mesmas oportunidades de aprovação em vestibulares, de quem pode pagar por cursinhos particulares. Ele também defendeu a manutenção da universidade pública e rejeitou a idéia de cobrança de mensalidades.

O senador ainda conclamou o Senado para uma cruzada pela instituição do ensino básico público, para crianças de dois a seis anos de idade. -Se não nascer com defeito congênito, toda criança é gênio-, afirmou. Ele relatou experiência, implantada no Piauí quando foi governador, em que alugava salas das casas de alguns bairros onde uma professora ensinava seis alunos, no máximo, naquela faixa de idade.

Alberto Silva explicou que foi elaborado um currículo específico para o desenvolvimento das faculdades psicomotoras das crianças; as professoras, pagas pelo estado, passaram por treinamento adequado, e até uma fábrica de alimentos foi criada para fornecer merenda apropriada.

- As crianças adoravam aquele tipo de aula e aos 5 anos de idade já estavam lendo e escrevendo - concluiu.



25/11/2003

Agência Senado


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