ALCÂNTARA ALERTA PARA PROBLEMA DO SANEAMENTO BÁSICO NO PAÍS



O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) está preocupado com os danos que a falta de saneamento básico está provocando no país, tanto em termos ambientais quanto econômicos e humanos, apesar dos esforços do setor público para ampliar os níveis de atendimento da população com água tratada e sistemas de coleta de esgotos. Em pronunciamento, o parlamentar recorreu a dados da Fundação Nacional de Saúde para fixar a gravidade do problema: de 1995 a 1997, em virtude da falta de água tratada e coleta de esgotos, morreram 342 mil crianças com menos de cinco anos no país.

Nesse mesmo período, a falta de saneamento básico também provocou a internação hospitalar de mais de 2 milhões de pessoas, acrescentou o senador, para quem "essas mortes são inadmissíveis e envergonham nosso país". Juntamente com a vacinação, destacou Lúcio Alcântara, o saneamento básico é uma das formas mais eficazes de promoção de saúde pública. Um estudo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, concluiu que para cada R$ 4,00 investidos em saneamento básico são economizados R$ 10,00 na rede hospitalar.

- A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, com dados referentes ao ano de 1998, revelou que mais de 20 por cento das residências brasileiras não estão ligadas à rede de abastecimento de água, e quanto ao esgoto, apenas 64 por cento dos domicílios no Brasil apresentam alguma forma de esgotamento sanitário - acrescentou.

A situação das empresas de saneamento no país, atualmente, é de "crise e crescentes dificuldades", aponta o senador cearense, que registra o acúmulo de dívidas e a redução da capacidade de investimento como limitações para a redução dos déficits nessa área. Apesar do aumento no investimento público durante o governo Fernando Henrique Cardoso, "revertendo uma tendência de decréscimo que se iniciara no governo Collor", o montante aplicado "mostra-se bem aquém do que seria necessário para atender as necessidades da população", concluiu.

Em meio a esse quadro de carências, Alcântara cita o exemplo da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) como "marco de referência para as empresas brasileiras do setor". Um grande esforço de modernização empresarial foi feito pela empresa, que enfatizou a busca do desenvolvimento humano e tecnológico, relata. As mudanças na mentalidade gerencial da empresa são sintetizadas pelo parlamentar na "redução das despesas com aumento da produtividade".

Exemplo disso é a contenção no alto índice de perda de água, grave problema de todas as empresas brasileiras do setor. No país, esse índice situa-se em torno de 40 por cento do volume total, quase o dobro do padrão aceito internacionalmente. A Cagece vem desenvolvendo uma política consistente de redução dessa perda, com a instalação, em 1999, de 74 mil hidrômetros e a aferição de outros 115 mil, destacou o senador. Alcântara aplaudiu a atuação da Cagece e a "consciência de sua missão social, sintonizada com as novas exigências e desafios de eficiência e modernidade".

06/10/2000

Agência Senado


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