ALCÂNTARA DESTACA AVANÇOS DE ENCONTRO SOBRE CLIMA EM HAIA



O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) comentou os resultados da 6ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, encerrada no último dia 24 de novembro em Haia, na Holanda. Na avaliação do senador, um dos destaques do encontro foi o debate em torno do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que evoluiu a partir de uma proposta apresentada pelos negociadores brasileiros, há três anos, na reunião de Kyoto, no Japão. Segundo ele, o MDL permitiria a países desenvolvidos financiar projetos de redução de emissão de gases em países em desenvolvimento.

Segundo Alcântara, o mecanismo irá gerar unidades de redução certificada de emissões (RCE), originadas em projetos nos países em desenvolvimento, com as quais os países industrializados poderão contar para o cumprimento de seus compromissos de redução de emissão. "O MDL funcionaria como uma espécie de câmara de compensação de poluentes", explica. Dessa forma, países industrializados poderão comprar quotas de poluição como contrapartida a investimentos em projetos de reflorestamento e outras iniciativas, inclusive de ordem energética, que tendam a reduzir o efeito estufa.

O senador também alertou para a necessidade de impedir que o MDL seja utilizado apenas como um meio para diminuir custos dos países industrializados na redução das emissões dos gases que provocam o efeito estufa.

- É indispensável que sejam carreados recursos em benefício dos países mais pobres, propiciando a essas nações desenvolvimento social mais justo. Todos os modelos climáticos demonstram que os efeitos mais brutais e mais devastadores do aquecimento global têm e terão conseqüências muito mas graves sobre as populações mais pobres do planeta - argumentou.

O encontro em Haia só foi possível, de acordo com o senador, porque foram superados numerosos impasses e conflitos de interesses entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Assim, relatou, chegou-se a um "princípio da precaução", que possibilitará a restrição de atividades capazes de causar danos graves ou irreversíveis ao meio ambiente, especialmente no que diz respeito ao aquecimento global, causado pelo uso de combustíveis fósseis na indústria, agricultura e transporte.

07/12/2000

Agência Senado


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