ALCÂNTARA DIVULGA RELATÓRIOS SOBRE POBREZA MUNDIAL
O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) citou, nesta segunda-feira (dia 10), relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), intitulado "Pobreza 2000", que atribui a permanência da pobreza no mundo à má administração dos recursos públicos. Segundo o relatório, a pobreza no Brasil de 20 anos atrás permanece do mesmo tamanho em relação à população, por causa da ineficiência das políticas sociais do governo e da perversa distribuição de renda.Alcântara mencionou, ainda, estudo do Banco Mundial (Bird), feito em 60 países, entre eles o Brasil, segundo o qual pobreza é muito mais do que falta de dinheiro. Para o Bird, pobreza é não ter voz para influenciar decisões de governo e não ter representação em instituições políticas. A instituição anuncia que pretende dar, daqui para a frente, maior prioridade aos projetos apresentados pelas próprias comunidades, como a urbanização de favelas em São Paulo e Recife. Segundo Alcântara, o governo brasileiro gasta bastante em programas sociais, mas esses recursos se perdem no caminho e não chegam ao pobre, ao miserável que mais necessita deles. "As verbas acabam sendo apropriadas pela burocracia e pela classe média", reconheceu. Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse ser difícil ter paciência com a morosidade do governo no combate à pobreza quando se olha o orçamento da União. São R$ 35 bilhões para educação, saúde, assistência social, habitação, saneamento e todos os demais programas sociais, e R$ 151 bilhões para pagamento do serviço das dívidas interna e externa, afirmou.Alcântara respondeu que o Brasil não pode quebrar compromissos internacionais. "Isso não quer dizer que devamos nos acomodar, mas é imperioso reconhecer a hegemonia militar, econômica e política dos Estados Unidos, uma situação externa que nos é adversa. O Brasil decretou moratória dos pagamentos internacionais no governo Sarney, mas isso não contribuiu para melhorar a distribuição de renda", concluiu.
10/04/2000
Agência Senado
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