ALCÂNTARA PEDE NEGOCIAÇÃO ENTRE AS PARTES PARA SOLUCIONAR IMPASSE DAS UNIVERSIDADES



Ao enfatizar que o governo "cedeu" ao movimento dos professores, anunciando a liberação do pagamento dos grevistas e o envio, ao Congresso, deum projeto de lei concedendo reajustes à categoria, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) argumentou hoje (dia 15) que "agora chegou a hora de os professores universitários colocarem um ponto final nessa greve, que vem prejudicando muito os alunos".

Para Alcântara, a greve representou um gesto de desespero dos professores que estão vivendo uma situação de extrema dificuldade, com salários congelados há quase quatro anos. "Mas o governo reviu sua atitude de intransigência inicial e atendeu às reivindicações dos professores, no limite das possibilidades do erário público, conforme salientou o ministro da Educação, Paulo Renato, em recente pronunciamento em cadeia de rádio e TV."

Alcântara ressaltou que, infelizmente os professores não dão mostras de querer ceder também, suspendendo a greve e sentando à mesa para negociar. "Ao contrário, a categoria ameaça entrar em greve de fome para obter reivindicações que não foram atendidas. Um movimento grevista não pode assumir um tom político-partidário que não leve em consideração os limites de recursos a que o governo precisa se submeter. É preciso que ambas as partes negociem uma agenda positiva, incluindo pontos a médio e longo prazo", disse.

O senador pelo PSDB afirmou ser também um crítico da política do governo para as universidades. "Sei haver problemas de gestão, de carga horária, de falta de professores diante da aposentadoria maciça daqueles que tiveram medo das reformas previdenciária e administrativa. Essa pendenga sobre autonomia das universidades também precisa ser discutida com mais seriedade. Mas a intransigência dos professores não resolverá esses impasses."

- O momento é de procurar um entendimento. Se houve um lado vitorioso foi o dos professores, conseguindo que o governo reconsiderasse sua posição. Mas, diante de uma proposta nova, cabe aos professores ceder também e negociar - aconselhou, alertando que, diante da atitude negativa dos professores, a greve corre o risco de se esvaziar eperder ânimo.

15/06/1998

Agência Senado


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