Almeida Lima queixa-se dos veículos de comunicação do Senado, que estariam omitindo falas de senadores



Em discurso do Plenário nesta quarta-feira (8), o senador Almeida Lima (PMDB-SE) disse que os veículos de comunicação social do Senado estão omitindo pronunciamentos de senadores.

- Já fiz essa reclamação ao presidente Renan Calheiros e disse a ele que isso vem acontecendo comigo há muito tempo - afirmou o senador, ao lembrar que protesto semelhante já havia sido feito pelos senadores Jorge Bornhausen (PFL-SC) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) em relação ao programa A Voz do Brasil, cujo bloco de responsabilidade do Senado Federal é produzido pela Rádio Senado.

Almeida Lima explicou ainda que a omissão não parece ser pessoal ou mesmo partir de nenhum jornalista da Casa, "mas de alguém que comanda esta Casa, que pode ser o próprio Presidente Renan Calheiros a qualquer um outro que tenha poder diretivo da Mesa Diretora e da administração desta Casa".

- Não sei de quem vem e não acredito ser de Sua Excelência o presidente Renan Calheiros. Mas senti que o que se adota nesta Casa não é contra este senador, mas, em tese, contra a oposição - disse.

Para justificar seu protesto, o parlamentar citou o programa Fala Cidadão, da TV Senado, que no último dia 23 de outubro teria colocado no ar participações de seis senadores da base governista e nenhum da oposição.

Mais grave ainda, segundo Almeida Lima, é a informação que obteve - preferiu não citar a fonte - de que há um estudo sendo realizado no Senado com o objetivo de acabar com a transmissão ao vivo das sessões plenárias e dos trabalhos das comissões da Casa, sob a alegação de que há pouca audiência nos programas transmitidos ao vivo.

- Não podemos retroceder. Vejo nisto uma manobra contra a democracia e a liberdade do Parlamento. Isso é uma aberração e uma indignidade contra nossas instituições e contra o parlamento brasileiro - protestou.

Almeida Lima também acusou omissão de seu nome em matéria publicada pelo Jornal do Senado nesta quarta-feira (8), sobre pronunciamento do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ("Azeredo diz que proposta não quebra privacidade"). Almeida Lima explicou que fez aparte ao discurso do colega, mas sua participação acabou não sendo registrada pelo jornal.

O senador também citou a Agência Senado em sua queixa:

- A fonte de informações dos jornalistas brasileiros é a Agência Senado. Tenho e-mails do meu Estado fazendo reclamações a mim de órgãos da imprensa porque na origem, na fonte, não trazem nenhuma informação da minha fala no dia de ontem, reclamando-me uma posição - afirmou.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que já havia sido informado de que alguns de seus pronunciamentos não foram transmitidos em A Voz do Brasil e que o pronunciamento de Almeida Lima provocava nele "alguma suspeita". Já Jefferson Péres (PDT-AM) ressaltou que um projeto para acabar com as transmissões ao vivo da TV Senado não seria aprovado pelos senadores.

- Se algo desse tipo passar pelo Plenário, cairá obviamente. Se for um ato da Mesa, seria uma arbitrariedade. Vejo muito pouca possibilidade de isso se concretizar - disse Jefferson.



08/11/2006

Agência Senado


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