Almeida Lima questiona credibilidade de Thomaz Bastos no caso do dossiê
O senador Almeida Lima (PMDB-SE) considera que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, não tem condições de estar à frente das investigações sobre a suposta negociação de compra de um dossiê contra os candidatos do PSDB José Serra e Geraldo Alckmin por pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT). Por acreditar que pesa suspeição de parcialidade sobre a atuação do ministro no caso, Almeida Lima propôs em pronunciamento nesta quarta-feira (20) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assuma o processo de investigação.
- Até quando esse povo vai brincar com a gente? É sempre a mesma conversa: Lula não viu e não sabe de nada. Vamos dar um basta nisso - afirmou, referindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O peemedebista também protestou contra o fato de a Polícia Federal (PF) não ter divulgado imagens da apreensão de R$ 1,7 milhão em poder do empresário Valdebran Padilha e do ex-agente da PF Gedimar Passos, que seriam emissários do PT para a compra do dossiê. Almeida Lima classificou como "hipocrisia" a justificativa dada por Thomaz Bastos para a não-liberação dessas imagens. O ministro da Justiça teria alegado, segundo o senador, que a PF não costuma agir de forma a causar espalhafato ou a transformar um caso em fato político.
Em aparte, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse ter ouvido Thomaz Bastos declarar, a uma emissora de televisão, que a imagem do dinheiro não seria divulgada para não servir de instrumento político à oposição. O senador César Borges (PFL-BA) concordou que há hipocrisia no tratamento dado pelo governo Lula ao caso, lembrando que a prisão pela PF de parlamentares suspeitos de irregularidades já foi amplamente divulgada pelos meios de comunicação.20/09/2006
Agência Senado
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