Althoff quer que MP, PF e Receita Federal aprofundem investigações sobre o Flamengo



A CPI do Futebol encontrou indícios de irregularidades na administração do Flamengo. Os senadores analisaram pareceres do Conselho Fiscal do Clube e relatórios da Auditoria Deloitte Touche conclusivos no que diz respeito à má gestão dos recursos do Flamengo durante a gestão do atual presidente Edmundo Santos Silva. Outro ponto avaliado pela CPI é a existência de conta do clube no Banco Bilbao Viscaya, em Grand Caymann, paraíso fiscal.

Em seu primeiro depoimento à comissão, Edmundo Santos Silva não confirmou a existência da conta, apesar de o relatório da auditoria independente, elaborado cinco meses após a posse do presidente, tê-la mencionado. No depoimento, Edmundo se comprometeu a enviar aos senadores documentos que esclareceriam o assunto.

- Ele não cumpriu o prometido, o que não causou estranheza a esta CPI, pois tal postura foi sistematicamente adotada por várias agremiações de futebol investigadas - observa Althoff no relatório.

Em entrevistas posteriores e nos outros dois depoimentos, Edmundo Santos Silva mudou sua versão para os recursos no exterior, dizendo que se tratavam de somas relativas a empréstimos feitos ao clube, e que teriam sido devolvidos.

A postura do dirigente levou Althoff a pedir o indiciamento do presidente do Flamengo por crime de falso testemunho. O mesmo foi feito em relação ao ex-presidente do clube Antonio Augusto Dunshee de Abranches, em cuja gestão foi aberta a conta. Segundo o relator, há fortes indícios de que a conta não era do conhecimento do Banco Central e da Receita Federal e de que funcionava como "caixa dois" para a movimentação de recursos não contabilizados.

Althoff quer que o Ministério Público federal, a Receita, o Banco Central e a Polícia Federal aprofundem as investigações verificando a possível ocorrência de crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, contra a ordem tributária e de apropriação indébita. Além disso, o senador sugere também que se investigue a compra do jogador Petkovic, cujos recursos teriam sido depositados em paraísos fiscais. Com relação a esta negociação, ao contrário do que prometera aos senadores, Edmundo Santos Silva também não enviou a documentação solicitada pela CPI.

04/12/2001

Agência Senado


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