Alvaro considera precipitada previsão de fracasso de CPI
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) considerou precipitado qualquer julgamento sobre o desfecho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações criminosas do contraventor Carlos Cachoeira. Em pronunciamento, nesta sexta-feira (25), ele disse que há número de assinaturas suficiente para a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da empresa Delta e para a convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo.
Com a quebra do sigilo da Delta, o senador disse esperar muitas revelações de “promiscuidade” do poder público com a empreiteira responsável por obras em vários estados. Alvaro Dias manifestou seu desejo de que os críticos mais contundentes da CPI possam, no final, se decepcionar com o que vem por aí.
– Sinceramente, desejo que eles se frustrem, porque quem ganhará com isso será o país. Não apenas a instituição parlamentar se revitalizará, reconquistando credibilidade perdida, mas, certamente, oferecerá satisfação à sociedade brasileira, por cumprir o seu dever num momento crucial para a credibilidade das instituições públicas – acrescentou.
O parlamentar afirmou que, “apesar de alguns cenários impróprios”, a CPI avança. Um fato que ele considerou importante foi a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski revogando parte do sigilo judicial imposto aos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, que desvendaram supostas relações do contraventor com políticos e cujos documentos estão em poder da CPI.
Alvaro Dias comentou também matéria da Folha de S. Paulo, informando que o PT arrecadou de empresas, no ano de 2011, R$ 50,7 milhões. Dois anos antes, foram R$ 11,2 milhões, segundo prestação de contas à Justiça Eleitoral. Em 2007, o PT havia arrecadado R$ 4,2 milhões.
– Vejam, portanto, a evolução de 2007 a 2011: de R$4,2 milhões, para R$ 50,7 milhões.
A lista de doadores, na avaliação do senador, é “emblemática”, incluindo diversas empresas com interesses no governo federal, como o frigorífico Friboi, pertencente à holding J&F, que obteve empréstimos com taxas de juros privilegiadas junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e agora está comprando a Delta.
Para o senador, há “um cenário de promiscuidade”: uma empresa obtém generosamente empréstimos com juros subsidiados, avança sobre frigoríficos concorrentes, compra um banco e, agora, adquire a Delta.
25/05/2012
Agência Senado
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