Alvaro Dias acusa Mantega de levar o Brasil a descrédito internacional



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) acusou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, de deixar o Brasil em descrédito no cenário econômico mundial por suas previsões “exageradamente otimistas” sobre a economia. Comentando a audiência de Mantega no Senado na manhã desta quinta-feira (21), o senador lembrou que, no ano passado, o ministro previu crescimento superior a 4,5% a 5,0%, quando o Brasil só registrou 0,87%. Em 2011, o crescimento previsto por ele era de 5,5%, tendo ficado em 2,73%.

- Um ministro de estado pode fazer previsões exageradamente otimistas, tendo em vista que previsões oficiais equivocadas levam a decisões equivocadas não só no setor público, mas no privado? - indagou o senador.

Alvaro Dias disse que uma previsão equivocada pode ser fruto somente da incompetência, mas também pode ser fruto de “mentira deliberada” e classificou uma conduta assim como desonesta.

- É desonesto fazer previsões exageradas quando se possui mecanismos e informações capacitados para se oferecer uma previsão mais próxima da realidade. Ninguém está pedindo para o ministro ser pessimista, mas esse otimismo exagerado acaba comprometendo a credibilidade do país internacionalmente - alertou o senador.

Como exemplo, ele relembrou a época em que o governo federal disseminou a ideia de que o Brasil estaria vivendo “um espetáculo de crescimento”, e, no final, viu-se que o país teve um desempenho melhor apenas que o Haiti.

Alvaro Dias chamou de “contabilidade criativa”, “alquimia estatística” e “kit de maquiagem” a tentativa do governo de manipular dados da economia nos últimos anos. Segundo ele, a “mágica contábil” para chegar a resultados melhores no final de 2012 teve fundamentalmente cinco “truques”: antecipação de dividendos; venda de receitas futuras das estatais para o BNDES; a triangulação entre tesouro, BNDES e Petrobras para a capitalização da estatal; o desconto das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento da meta de superávit primário e a postergação de despesas que geraram pelo menos R$ 40 bilhões de restos a pagar para 2013.

Alvaro Dias lamentou a recusa do ministro de debater o assunto com especialistas da economia em audiência pública, sob a justificativa de que isso não seria função de ministros de Estado.

Anac

Em seu pronunciamento, o senador também reclamou do fechamento de duas unidades administrativas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no Paraná, nas cidades de Londrina e Foz do Iguaçu.

Ele disse que Londrina é uma cidade de referência na aeronáutica porque forma pilotos, comissários e profissionais da aviação. Já Foz do Iguaçu é um centro receptor de turistas localizado na tríplice fronteira, e, por isso, tem uma posição territorial estratégica para a Anac.



21/03/2013

Agência Senado


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