Alvaro Dias acusa governo de ser tolerante com inflação
Em pronunciamento nesta segunda-feira (1°), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) se disse preocupado com a falta de coesão do governo na condução da política econômica do país. O senador se referia a declaração da presidente Dilma Rousseff durante a Cúpula dos Brics, em Durban, na África do Sul, interpretada por analistas como uma posição de tolerância excessiva com relação à inflação.
Dilma disse não concordar com políticas de combate à inflação que “olhem” a questão do crescimento econômico. Ela afirmou que a contraprova é dada pela realidade, já que o Brasil teve baixo crescimento no ano passado e ainda assim a inflação aumentou. A presidente atribuiu o aumento da inflação a “choque de oferta” causado pela crise econômica. Mais tarde, após a repercussão negativa, Dilma afirmou que sua declaração havia sido manipulada e que o combate à inflação é um valor em seu governo.
- A despeito do dito pelo não dito, desmentidos a parte, como destacam credenciados especialistas, a presidente Dilma conseguiu disseminar, junto aos agentes econômicos, que não advoga a tese de tolerância zero com a inflação – criticou o senador.
Para Alvaro Dias, os instrumentos de comunicação da política econômica com o mercado – atas do Copom e relatórios da inflação – estão sendo minados pelas declarações desencontradas das autoridades do governo, que expõem falta de unidade interna.
- O diagnóstico feito pelo Banco Central sobre as causas da inflação, explicitado nas atas do Copom e no Relatório de Inflação, colide frontalmente com a primeira visão manifesta em Durban. Segundo o Banco Central, as causas internas prevalecem às externas, para justificar o patamar superior a 6% da inflação no período de 12 meses – argumentou.
O senador disse, ainda, que, embora a linguagem dos especialistas seja de difícil compreensão pela população, a inflação pode ser percebida pelos danos no orçamento das famílias. Para ele, o governo é, sim, leniente, e não adota estratégia de tolerância zero nem em relação à corrupção nem no combate à inflação.
01/04/2013
Agência Senado
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