Alvaro Dias: apenas um copeiro recebeu salário do Programa Primeiro Emprego
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que "há uma indignação nacional" contra o governo federal por ter pago, até a última quinta-feira (18), um único salário de pessoa beneficiada pelo Programa Primeiro Emprego.
- Segundo manchete do jornal Folha de S. Paulo, apenas o copeiro Renildo Santos Freire, de 21 anos, empregado em um restaurante de Salvador, teve o privilégio de receber dinheiro do Primeiro Emprego. É risível e dramático para o país. Melhor seria mudar o nome para "Programa Emprego Único" - disse Alvaro Dias.
O senador sustentou que a França e a Itália estão abandonando programas de incentivos ao primeiro emprego, porque eles não oferecem resultados satisfatórios.
- Aqui, o governo tenta copiar um programa que já se mostrou insatisfatório em outros países. Mesmo assim, não consegue colocar o programa em prática.
Alvaro Dias leu várias críticas feitas ao governo no final de semana por pessoas como o cardeal Geraldo Majela Agnelo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que comentou o aumento da pobreza no país, dizendo que agora se vê pelas ruas não pessoas "pobres", mas "miseráveis". O senador informou que no final de semana dom Geraldo Majela Agnelo voltou a pedir mudanças radicais na política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
- Com este governo, cada dia aumenta a desesperança do povo. A cada dia aumenta a alegria dos banqueiros - lamentou. Ele citou ainda as brigas internas do governo, especialmente a afirmação do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que chamou o ministro do Planejamento, Guido Mantega, de "vagabundo" e chegou a usar um palavrão, pois não conseguiu ser recebido pelo colega para tratar de liberação de verbas que pudessem evitar greves de fiscais agropecuários.
Alvaro Dias criticou ainda o governador do Paraná, Roberto Requião, por manter a diretoria do Porto de Paranaguá, "apesar da cidade inteira, dos agricultores, dos fiscais e todas as categorias" reivindicarem a mudança. Por conta disso, há uma fila de 110 quilômetros de caminhões nas estradas que levam grãos ao Porto de Paranaguá, paralisado nos últimos dias, em protesto. O senador lembrou que o porto é administrado pelo irmão do governador, "um caso típico de nepotismo". O prejuízo para os agricultores, até agora, já chega a R$ 1,6 bilhão, disse o senador. Existem ainda 55 navios ao largo do porto à espera do fim da greve, "cada um pagando multas diárias mínimas de 10 mil dólares".
22/03/2004
Agência Senado
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