Alvaro Dias aponta a infra-estrutura como gargalo da economia brasileira



Ao discursar na sessão plenária desta sexta-feira (2), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) manifestou satisfação com a conquista do investment grade pela economia brasileira, mas alertou para o perigo que representa a infra-estrutura do país que, por não estar recebendo os investimentos necessários, será, sempre, um "gargalo" a impedir que a economia cresça mais.

- Especialistas afirmam que seriam necessários investimentos da ordem de vinte bilhões de dólares anuais para obras de infra-estrutura, e isso não está acontecendo. Essa escassez gerará a verdadeira herança maldita para os próximos governos, uma ameaça de "apagão" no setor, notadamente em energia elétrica, estradas e portos - afirmou.

Alvaro Dias explicou que investment grade significa, apenas, chancela de bom pagador. Representa, disse ele, o resultado de esforço que se empreende no Brasil pela estabilidade econômica, que teve início com o ex-presidente da República Itamar Franco, consolidou-se com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, continuou com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, com o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

O senador reconheceu que o presidente Lula teve muitos méritos. Quando o medo tomava conta do sistema financeiro, ele, na presidência, surpreendeu a muitos por não seguir o programa que defendeu desde a criação do PT, observou. Segundo Alvaro Dias, não se deve subestimar a coragem e a força política necessárias para superar as resistências internas daqueles que, no PT, acreditavam no acerto de sua pregação econômica de tanto tempo.

Para o senador, no atual momento, os problemas são outros: deterioração das contas públicas, aumento no preço dos combustíveis, máquina administrativa inchada. Alvaro Dias afirmou, ainda, que o Estado se tornou perdulário ao manter estruturas múltiplas, com ministérios, departamentos, secretarias, cargos comissionados, tudo em excesso. Para sustentar esse modelo, disse, o país tem uma carga tributária que esmaga o produtor e trava a evolução do Produto Interno Bruto (PIB).

- O Brasil é um país viável, mas precisa acabar com o modelo tributário de quinto mundo e uma corrupção desabrida que o Executivo não combate. O presidente Lula é conivente com a corrupção, passa a mão na cabeça de pessoas desonestas e essa atitude representa um péssimo exemplo para o resto da sociedade, porque conviver com a corrupção não é próprio de país sério, de bom pagador - concluiu Alvaro Dias.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que há muitas pessoas que merecem ser cumprimentadas pelo êxito da economia brasileira. Citou Malan e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, Palocci e Meirelles, além dos três presidentes da República citados por Alvaro Dias - especialmente Lula, por convencer o PT de que a economia não era o espaço adequado para a disputa entre direita e esquerda.



02/05/2008

Agência Senado


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