Alvaro Dias cobra providências sobre ameaças a juiz do caso Cachoeira



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O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) cobrou, em Plenário, providências ao Judiciário, ao Executivo e ao Legislativo no sentido de proteger o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que se afastou de sua vara de origem por sofrer ameaças relacionadas aos desdobramentos da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, autorizada por ele. O juiz autorizou escutas que resultaram na prisão de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e dezenas de pessoas, entre elas vários policiais.

Alvaro Dias informou ter protocolado requerimento na CPI do Cachoeira para que o juiz seja convocado a testemunhar. Para o líder do PSDB, a mudança do juiz para outra vara aumenta a responsabilidade da CPI mista do Cachoeira, que investiga as conexões políticas e empresariais do bicheiro.

- Não há como admitir que esta CPI atue com a orientação de poupar algumas pessoas diante da gravidade dos acontecimentos. Esse esquema de corrupção comandado por Carlinhos Cachoeira alcança desdobramentos imprevisíveis, a ponto de um juiz afirmar que está sendo ameaçado pelo esquema de crime organizado de Goiás, que se alastrou pelo país – afirmou o senador.

O juiz Paulo Moreira Lima revelou que as ameaças se estenderam à sua família, abordada por policiais na própria residência e alertada sobre possíveis represálias nos próximos meses. Para o magistrado, o episódio representa uma nítida intimidação, que o levou a tirar três meses de férias acumuladas e viajar para o exterior.

Dossiê

Alvaro Dias também elogiou o juiz federal Paulo Sodré pelo recebimento da denúncia feita por procuradores do Mato Grosso contra nove pessoas acusadas de tentar prejudicar o então candidato José Serra nas eleições estaduais de 2006, por meio de um dossiê falso.

O senador lembrou que o caso aconteceu há seis anos. Durante o período eleitoral, integrantes do PT foram flagrados com uma mala contendo R$ 1,5 milhão, dinheiro que compraria um dossiê para prejudicar Serra.

- É evidente que nós aguardamos os procedimentos que seguem na esperança que se faça justiça e que realmente os envolvidos nesse escândalo possam ser penalizados devidamente – afirmou.

“Brasil Carinhoso”

Alvaro Dias ainda leu carta da professora aposentada, ex-vereadora e atualmente agropecuarista Martha de Freitas Azevedo Pannunzio, de Uberlândia. Ele escreveu à presidente da República, Dilma Rousseff, para criticar a qualidade da educação no país e o Programa Brasil Carinhoso.

O objetivo do programa anunciado pelo governo no último Dia das Mães é o de tirar da miséria absoluta as famílias brasileiras que tenham filhos até 6 anos de idade, principalmente das regiões Norte e Nordeste, onde os índices de mortalidade infantil são os mais altos do país. O programa garante uma renda mínima de R$ 70,00 por criança enquadrada nas condições exigidas. Entre os objetivos também está aumentar o acesso a creches, melhorar o controle da anemia e da deficiência de vitamina A e introduzir remédio gratuito contra asma nas unidades do Aqui Tem Farmácia Popular.

Na carta, no entanto, Martha afirma que o Brasil Carinhoso estimulará as famílias pobres a terem mais filhos para aumentar a renda. Para a professora, quanto maior a transferência de renda, maior a recusa por empregos formais.

“Essas pessoas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de dependentes para ‘engordar’ a renda. Mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos. A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao vivo os beneficiários de programas como o Bolsa Família? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefício”, criticou a aposentada. Martha cobrou escolas públicas decentes, com uma grade curricular objetiva, professores bem remunerados e bem preparados, orgulhosos da carreira, felizes. Sugeriu escola em tempo integral, com quatro refeições diárias, biblioteca, auditório e aulas de natação.

“Fui a vida toda professora regente da escola pública mineira. Nossa grade curricular é tão superficial e supérflua que o aluno chega ao final do ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a oração principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não sabe regra de três. Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos estados nem de suas capitais”, reclamou a professora.



19/06/2012

Agência Senado


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