Alvaro Dias cobra punição de responsáveis por escândalo da Bancoop



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) cobrou nesta segunda-feira (8) providências para a responsabilização civil e criminal dos envolvidos no escândalo da Bancoop, denunciado por Veja no último fim de semana.De acordo com a revista, João Vaccari Neto, que vai cuidar das finanças da campanha de Dilma Rousseff, "é apontado em inquérito como pivô de um esquema que desviou dezenas de milhões de reais e abasteceu o caixa dois da campanha de Lula em 2002". O Ministério Público Estadual (MPE) decidiu pedir a quebra do sigilo bancário de Vaccari.

A Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo, é acusada de não cumprir suas obrigações com os associados que tentaram adquirir casa própria por meio de seus planos. Um dos casos, do bancário aposentado Oscar Costa, foi lido da tribuna por Alvaro Dias. Quando tinha 43 anos, Oscar decidiu comprar seu primeiro imóvel pela Bancoop. Pagou todas as prestações e parcelas extras, mas hoje, com 52 anos e um diagnóstico de câncer de pulmão, ainda não recebeu o imóvel. O bancário aposentado disse ter perdido as esperanças.

Alvaro Dias afirmou que os mutuários "não foram assaltados por marginais de rua", mas por colarinhos brancos. Os seus recursos "foram desviados para uma campanha política que elegeu um presidente da República que surfou nas ondas das esperanças populares, para rasgar todas as bandeiras que empalmou, mas especialmente jogar no lixo da história a bandeira da ética".

O senador pediu providências para o ressarcimento dos valores subtraídos das pessoas lesadas pelo esquema, a fim de que os mais humildes não paguem pela "irresponsabilidade daqueles que sujam as suas mãos no lamaçal da corrupção deste país".

CPI

Alvaro Dias solicitou aos partidos de oposição que discutam as providências cabíveis diante das denúncias. Uma das idéias seria a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar o caso, mas o próprio senador observou que nos últimos meses o governo Lula aprendeu a dominar as CPIs, "amordaçando-as para impedir a investigação e a revelação das irregularidades e das ilicitudes praticadas".

O senador disse que a oposição se retirou da CPI da Petrobras para "não compactuar com a farsa", mas encaminhou ao Ministério Público 18 representações de supostas irregularidades na gestão da estatal.

- Nunca vi, em toda a minha trajetória política, uma seleção de irregularidades, de ilegalidades e de falcatruas como tive a oportunidade de observar em relação à atual gestão da Petrobras: 18 representações da maior seriedade encaminhadas ao Ministério Público. O derrame de recursos e publicidade exatamente para impedir a veiculação dos fatos se constituiu também em algo inusitado na história do Brasil - observou.

Fiscais

Em aparte, Adelmir Santana (DEM-DF) aplaudiu o papel do Ministério Público, cujos integrantes considerou "fiscais da cidadania brasileira". O senador disse que os responsáveis pelas irregularidades devem ser punidos independemente da filiação partidária e citou ação do DEM na crise do Distrito Federal, pelo afastamento dos envolvidos em denúncias no governo local.

Alvaro Dias cumprimentou o DEM por ter agido de forma diferente do presidente da República: o partido, segundo o senador paranaense, não passou a mão na cabeça dos desonestos.

- A impunidade é a festa dos desonestos. Não há como reduzir os níveis de corrupção no Brasil mantendo-se esse modelo adotado pelo governo Lula, que é o modelo da impunidade. Enquanto a Transparência Internacional, que tem sede na Alemanha, destaca "o Brasil como um dos países mais corruptos do mundo", se nós tivéssemos aqui os mesmos índices de corrupção da Dinamarca, o nosso povo teria uma renda per capita 70% maior do que a que tem hoje - afirmou Alvaro Dias.

Na presidência da sessão, o senador Paulo Paim (PT-RS) observou que "tudo tem que ser investigado" e disse ter ouvido denúncias gravíssimas em relação a seu estado.

- E lá é o PSDB que governa, como aqui é o DEM, como em âmbito nacional é o PT. Que se investigue tudo, e quem for culpado que seja punido - acrescentou Paim.



08/03/2010

Agência Senado


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