Alvaro Dias defende a vinda do promotor do caso Bancoop ao Senado



Em pronunciamento nesta segunda-feira (15), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu o comparecimento do promotor José Carlos Blat ao Senado para falar sobre denúncias de corrupção na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), que envolveriam a participação do atual tesoureiro do PT, João Carlos Vaccari, por suspeita de estelionato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

- Nesta semana, viabilizaremos o convite ao promotor - afirmou o senador.

Alvaro Dias citou a segunda reportagem publicada pela revista Veja sobre o caso, segundo a qual Vaccari, além de desviar o dinheiro da Bancoop, também é acusado de arrecadar dinheiro para o esquema do "mensalão" do PT. A informação teria sido prestada sob o benefício da delação premiada à Procuradoria Geral da República pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro, considerado um dos maiores especialistas em fraudes financeiras no país.

O senador lembrou que na próxima quarta-feira (17) a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) pretende ouvir os depoimentos dos representantes das famílias de cooperados da Bancoop.

- Foram centenas de famílias prejudicadas. Os representantes dessas famílias virão ao Senado para colocar o drama que passaram a viver em função desse esquema de corrupção - afirmou.

Alvaro Dias disse que outras providências poderão ser adotadas em decorrência dos depoimentos, para que o episódio da Bancoop "não seja mais um daqueles escândalos que permanecem insolúveis no país, estabelecendo a impunidade como regra que estimula a corrupção".

Pré-sal

Alvaro Dias disse ainda que não se pode restringir o debate sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal à questão dos royalties. Essa discussão, frisou o senador, exige maturidade política e responsabilidade, não podendo se limitar a um confronto entre a oposição e o governo.

Na quarta-feira (10), o Plenário da Câmara aprovou emenda dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Humberto Souto (PPS-MG) e Marcelo Castro (PMDB-PI) que beneficia os estados não produtores de petróleo, ao determinar que a distribuição dos royalties decorrentes da exploração será feita com base nos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). O projeto que contém a emenda, que diminui os recursos hoje assegurados aos estados produtores, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, deverá ser analisado ainda nesta semana pelo Senado.

Alvaro Dias também criticou a pressa do governo com as matérias relativas ao pré-sal. Segundo ele, quando esse debate estiver sendo concluído, "certamente esse governo estará nos seus últimos dias".

- Estamos legislando para o futuro do país. Devemos ter tempo para o debate. Certamente antes de 2016 não estaremos auferindo os benefícios da exploração do pré-sal - afirmou.

O senador disse ainda que o Brasil não tem condições de dimensionar o patrimônio continental do pré-sal. O governo, segundo ele, "toma as reservas previstas como se fossem reservas aprovadas e alardeia que descobrimos a solução para todos os problemas do país, como se essa riqueza fosse uma riqueza descomunal, desproporcional, agigantada, suficiente para resolver todos os problemas econômicos e sociais do povo brasileiro".



15/03/2010

Agência Senado


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