OSMAR DIAS QUER PUNIÇÃO PARA RESPONSÁVEIS POR ROMBO NO BANESTADO



Na expectativa de que o leilão de privatização do Banco do Estado do Paraná (Banestado) seja suspenso pela Justiça, o senador Osmar Dias (PSDB-PR) desafiou o governador do estado, Jayme Lerner, a cancelar o leilão e punir os responsáveis, "alguns ocupando cargos no governo". Enquanto nada fizer, disse, o governador lhe dará o direito de "pensar que ele está atolado até o pescoço nessa lama".

Osmar Dias reiterou a afirmação dos dois diretores do Banco Central, Tereza Grossi e Carlos Eduardo Freitas, segundo as quais, "uma quadrilha assaltou o Banestado" e que essa quadrilha, conforme auditoria realizada no banco, lá se instalou a partir de 1995.

- Frente a isso, Jayme Lerner limita-se a ir à televisão com cara de paisagem e dizer que não tem nada a ver. Foi o governador que nomeou os diretores que assaltaram o banco - disse o senador.

Conforme Osmar Dias, o leilão deve ser suspenso para que os paranaenses saibam o que o governo estadual fará para recuperar o dinheiro desviado. Manter o leilão, a seu ver, é simplesmente dar o banco "ao Bradesco ou ao Itaú", pois recebeu informação de que o preço de venda do banco (cerca de R$ 450 milhões) será coberto, com folga, por créditos em liquidação (R$ 1,3 bilhão) e tributários (R$ 1,6 bilhão) e por ações da Copel dadas em garantia em operações com precatórios (R$ 430 milhões).

A recuperação de apenas 30% dos créditos em liquidação bastará para cobrir as despesas com a compra do Banestado, o que certamente não será bom para o Paraná, como a propaganda do governo tem insistido em proclamar nas televisões, disse.

Roberto Requião assegurou, em aparte, que Lerner tem pleno conhecimento da corrupção no Banestado. O senador garantiu ter informado o governador das irregularidades, quando ainda acreditava que Lerner não as conhecia. "A quadrilha não está apenas no banco, a quadrilha é o governo e o chefe da quadrilha é o governador", disse.

Já a senadora Heloísa Helena (PT-AL) considera fundamental que a subcomissão criada no âmbito da Comissão de Assuntos Econômicos analise a situação dos bancos estaduais.

- O caso do Banestado não é único; ao contrário, a realidade da maioria dos bancos estaduais que estão sendo privatizados é que eles foram saqueados pelos mesmos parasitas que hoje se apresentam como os mais ferozes defensores da privatização - afirmou.

16/10/2000

Agência Senado


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