Alvaro Dias critica acordo para reduzir tarifas de têxteis bolivianos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que o Brasil substituirá os Estados Unidos em um acordo de preferência tarifária para a compra de produtos têxteis. Os americanos suspenderam o convênio sob a alegação de que os bolivianos não estavam cumprindo a cláusula de cooperação no combate ao narcotráfico. A promessa de Lula foi criticada pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
- O governo boliviano estimula o narcotráfico e o Brasil tem sido a principal vítima. Através desse acordo, a Bolívia vai exportar para o nosso país até US$ 21 milhões de produtos têxteis com tarifa zero. Não considero oportuno o Brasil substituir os EUA nesse acordo de condições tão excepcionais, oferecendo regalias a um país que ostensivamente não coopera no combate ao narcotráfico na região - opinou Alvaro Dias.
O senador pelo Paraná observou que pior do que o acordo em si é o fato de ele ter sido anunciado durante visita que Lula fez à região do Chapare, considerada maior produtora de cocaína da Bolívia e berço político do presidente Evo Morales. Para agravar, acrescentou Alvaro Dias: Lula e Evo estavam usando colares feitos com folhas de coca durante o ato político, no qual o presidente brasileiro teria apoiado a reeleição do colega boliviano.
Além do acordo, o presidente brasileiro, segundo Alvaro Dias, também assinou convênio para a liberação de cerca de US$ 332 milhões para a construção de uma estrada, a chamada Transcocalera. O senador comparou que no Brasil várias rodovias estão destruídas e necessitando de restauração, que não é feita sob a alegação de falta de recursos.
Em aparte, o senador João Pedro (PT-AM) ponderou que existe diferença entre a folha de coca e a cocaína. Ele lembrou que a folha faz parte da cultura da população andina e dos povos da Amazônia, sobretudo os indígenas.
24/08/2009
Agência Senado
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