Alvaro Dias dá fórmula para bancar salário mínimo de R$ 600




O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), apresentou a fórmula de seu partido para encontrar os recursos necessários para elevar o salário mínimo a R$ 600. O parlamentar afirmou que, para cada R$ 1,00 a mais no salário mínimo, os gastos públicos aumentam em R$ 300 milhões.

A diferença entre o salário mínimo proposto pelo governo - R$ 545 - e os R$ 600 propostos pelo PSDB é de R$ 55. O aumento do gasto público seria, então, de R$ 16,5 bilhões. De acordo com Alvaro Dias, o governo federal omite receitas de R$ 24 bilhões. O senador afirmou ainda que outros R$ 11,5 bilhões poderiam ser conseguidos por meio da redução de despesas, sem afetar programas sociais e investimentos. Algumas despesas correntes, para ele, poderiam facilmente retornar aos níveis de gastos de 2008.

Em pronunciamento nesta quarta-feira (16), o senador salientou que o salário mínimo é pago a 29 milhões de trabalhadores formais e a 18,6 milhões de beneficiários da Previdência Social.

Entre os exemplos de corte de despesas possíveis, o senador citou a diminuição dos "astronômicos dispêndios" do Banco Central para acumular reservas em dólar; a revisão de custos de obras grandiosas como o trem-bala; a redução de custos financeiros dos subsídios dos créditos concedidos pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e o controle mais rigoroso das despesas da máquina pública.

De acordo com o parlamentar, os gastos do governo federal aumentaram, de 2006 a 2010, R$ 212 bilhões, em termos reais. Por isso, para ele, "há muito em que cortar". Ele lembrou que a política de valorização do piso salarial nacional teve início no governo de Fernando Henrique Cardoso: entre 1995 e 2002, o ganho real do salário mínimo foi de 44%, segundo dados do Ministério da Fazenda entregues no dia anterior na Câmara dos Deputados pelo ministro Guido Mantega.

Alvaro Dias informou ainda que o maior aumento real do salário mínimo em toda a história foi dado pelo governo de seu partido, em 1995: 17,1%. O segundo maior foi dado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 2006: 13,5%

Em aparte, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) apoiou o discurso do colega de partido.



16/02/2011

Agência Senado


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