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- Não foi um simples funcionário da Caixa Econômica Federal que tomou a iniciativa de invadir a conta do caseiro. A autoridade responsável por essa afronta à Constituição não está na Caixa. Houve ordem superior que extrapola os limites do banco - disse Alvaro Dias.

O senador considera que existem elementos suficientes para pedir o afastamento de Palocci, mas, em sua opinião, essa decisão deveria partir do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

- O ministro Palocci tem usado a mentira para se sustentar no cargo. A nós, cabe investigar e propor a responsabilização civil e criminal do ministro, remetendo ao Ministério Público os elementos que reunimos para que possa instaurar os procedimentos necessários. Administrativamente, a providência não é nossa - afirmou Alvaro Dias.

O senador pelo Paraná também apoiou a realização de um novo depoimento do caseiro Francenildo.

- O caseiro tem procurado oferecer seu testemunho relativamente a fatos que presenciou. Como ele foi impedido de continuar seu depoimento na CPI, poderá fazê-lo na Corregedoria. Ninguém impedirá o caseiro de dizer o que sabe a respeito dos fatos que presenciou naquela casa. É mais uma oportunidade que ele terá de manifestar a sua convicção relativamente aos fatos que estamos investigando - reiterou Alvaro Dias, ao referir-se a uma mansão no Lago Sul, em Brasília, que teria sido freqüentada por Palocci e seus ex-assessores na prefeitura de Ribeirão Preto (SP), conforme assegurou Francenildo.

O primeiro depoimento do caseiro, prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos no último dia 15, foi interrompido por conta de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob a alegação de que a comissão estaria investigando episódios sem correlação com o fato determinado que justificou a criação da CPI. A liminar foi concedida pelo ministro Cezar Peluso, em mandado de segurança impetrado pelo senador Tião Viana (PT-AC).

Alvaro Dias também voltou a salientar que a iniciativa de esclarecer os fatos que pesam contra Palocci deveria partir do próprio ministro da Fazenda que, segundo o senador, estaria atualmente "exilado e recluso". O senador, no entanto, disse não acreditar em uma nova convocação do ministro pela CPI dos Bingos.

- Não se entende um ministro, da importância do ministro da Fazenda, escondido. Ele não tem comparecido e despachado no ministério; tem vivido uma situação de recluso e isso é inadmissível. Seria uma obrigação do ministro aparecer, falar e se defender. Espero que ele se defenda das acusações. Ele está tremendamente comprometido não só diante da CPI e do Senado, mas diante do país - concluiu Alvaro Dias.

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