Alvaro Dias vê semelhanças entre governos Collor e Lula, por causa de corrupção e queda econômica
"A imagem que se tem é a de que o governo Lula é o governo Collor de barba, por causa de várias semelhanças", afirmou da tribuna o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) nesta segunda-feira (1º), ao comentar as denúncias de corrupção envolvendo um assessor do Palácio do Planalto e a retração da economia no ano passado.
Para o oposicionista, "a mais incrível e deplorável" semelhança é a constatação de que um assessor do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, "agia como PC Farias" (Paulo César Farias), pedindo doação para campanhas do PT e propina a um empresário do jogo, em 2002. A segunda semelhança é o comportamento da economia, com o Produto Interno Bruto (PIB) caindo 0,2% no ano passado, índice parecido ao de 1992, ano do impeachment de Fernando Collor de Melo.
- Se Collor tinha PC Farias a atuar nos bastidores, Lula tem uma equipe de PCs que instalou no Planalto em situação privilegiada - afirmou. Ele voltou a defender a instalação de uma CPI para investigar a atuação do assessor Waldomiro Diniz.
Para Alvaro Dias, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não permitir "transparência total" nas investigações sobre o caso Waldomiro Diniz, ele corre o risco de ver seu governo "acabar antes do fim de seu mandato".
- O governo tem medo de uma CPI porque sabe que ela não vai pegar só donos de bingos, mas homens do seu governo. Com esse temor, o governo prefere jogar na lata de lixo a bandeira da moralidade pública que o PT sempre empunhou - disse.
O senador do Paraná citou novos fatos surgidos desde a semana passada envolvendo o PT e empresários de jogos de azar. Citou notícias sobre as relações de Waldomiro Diniz com donos da empresa de informática TBA, representante no Brasil da Microsoft, que se transformou numa das maiores fornecedoras de serviços para o governo.
Vários assessores da Casa Civil da Presidência citados em notícias nos últimos dias foram mencionados no pronunciamento de Alvaro Dias, alguns ligados à compra de serviços sem licitação dentro do governo e outros por terem trabalhado com a ex-governadora Benedita da Silva (PT), do Rio. Para ele, o mais estranho é o fato de um empresário da área de engenharia civil ter sido recebido no Palácio do Planalto pelo então ministro dos Transportes, Anderson Adauto, quando teriam tratado de obras de recuperação de rodovias.
- Na Casa Civil, um grupo subordinado ao ministro José Dirceu manda mais que os ministros da Esplanada. Eles têm mais poder que os ministros que não ficam no Planalto - observou.
01/03/2004
Agência Senado
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