PARA ÁLVARO DIAS, HÁ INCOMPETÊNCIA NA GESTÃO DO FUTEBOL
Em seu depoimento, Teixeira afirmou que a crise do futebol não está restrita ao Brasil. Ele comentou que na Inglaterra, por exemplo, apenas um clube - o Manchester United - não está em dificuldades financeiras. Teixeira atribuiu os problemas aos altos salários pagos a jogadores e demais profissionais envolvidos no futebol profissional.
Segundo Teixeira, o futebol brasileiro precisa diversificar suas receitas. Entre 70% e 75% dos recursos arrecadados, informou, provêm de contratos para transmissão dos jogos pelo rádio e pela TV, enquanto que, no resto do mundo esse percentual não chega a 40%.
- A crise é tão nítida que o Senado criou uma CPI para discutir do assunto. Creio que daqui podem sair soluções - disse Teixeira.
Ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), Teixeira afirmou que nunca exerceu pressão para que empresas jornalísticas demitissem profissionais que realizam a cobertura do futebol.
Teixeira também negou que tenha se manifestado a favor da lei do passe. Ele esclareceu sua posição dizendo que, na sua opinião, o clube responsável pela formação do atleta deve receber uma indenização, como acontece em outras atividades profissionais.
- Se a lei do passe fosse boa, os clubes não estariam em dificuldades. O passe fere o direito do cidadão de ir e vir, a liberdade de o cidadão trabalhar onde desejar. Está na hora de a gente enfrentar esse problema sob a luz dos direitos humanos - reclamou Antero.
O senador também solicitou de Teixeira informações sobre os gastos da CBF com o campeonato de favelas, disputado em 1997 e 1998. Antero informou que relatório de 1998 aponta gastos de R$ 700 mil usados para aluguel de campos. Porém, disse, o campo do Centro de Treinamento da Marinha foi usado na competição.
13/12/2000
Agência Senado
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