Alvaro Dias diz que PEC que dá ao Congresso poder de rever decisões do STF é 'estapafúrdia' e não vai prosperar




Senador Alvaro Dias (PSDB-PR)

A PEC 33/2011, que dá ao Congresso Nacional o poder de referendar súmulas vinculantes e ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) emitidas pelo Supremo Tribunal Federal, é “estapafúrdia e não tem chance de prosperar”, na avaliação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

A matéria já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, mas o presidente daquela Casa, Henrique Alves, pediu melhor avaliação da proposta, antes de dar continuidade à sua tramitação.

Temendo o avanço da matéria, o PSDB apresentou, na quinta-feira (25), mandado de segurança para sustar a tramitação da PEC, mas, para Alvaro Dias, a medida é desnecessária. Ele considera que a proposta será derrubada pelos próprios parlamentares.

– Nós temos condições de destruir isso no próprio Congresso. Essa proposta é tão estapafúrdia que não tem chance de prosperar. É um afronta à Constituição, é absurdamente inconstitucional. Trata-se de uma provocação ridícula – disse Alvaro Dias.

Questionado sobre críticas feitas por vários parlamentares de que o STF tem invadido competências do Legislativo, Alvaro Dias responsabilizou o próprio Parlamento pela situação.

– Nós é que damos motivo para que o Supremo seja visto como invasor de competências. Não há razão nenhuma para que o Congresso, a toda hora, recorra ao Supremo Tribunal Federal. Depois do fato consumado, quando a proposta aprovada é flagrantemente inconstitucional, aí sim nos cabe ingressar com ação direta de inconstitucionalidade. Mas enquanto tivermos poder para barrar propostas inconstitucionais como esta [PEC 33/11], não temos motivo para recorrer ao STF.

Novos partidos

Já sobre o PLC 14/2013, que impede que parlamentares, ao ingressar em um novo partido, levem o tempo de rádio e TV e a participação proporcional no fundo partidário, Alvaro Dias acredita que projeto pode ser aprovado.

Na avaliação do tucano, a liminar do ministro Gilmar Mendes, que suspendeu a tramitação do texto, apenas retardou o exame do projeto. Ele acredita que o Plenário do Supremo não acompanhará Gilmar Mendes.

– Neste caso, o Plenário do Supremo vai dizer que o Poder Legislativo tem vida própria e deve tocar sua vida. Tenho a impressão que essa é que será a conclusão, de não interferir no processo legislativo – disse.

Apesar de ser contrário ao PLC 14/2013, o senador considera que poderá ser aprovado, por ser do interesse do governo.



26/04/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Alvaro Dias classifica de estapafúrdia a tese de que a oposição deseja privatizar a Petrobras

Alvaro Dias defende decisões adotadas pela OAB

Alvaro Dias propõe reforma do Poder Legislativo

Alvaro Dias condena poder excessivo dos bancos

Alvaro Dias defende reforma do Poder Legislativo

Alvaro Dias diz que "aumentou a capacidade de corrupção" do Poder Executivo