Alvaro Dias fala em CPI da Varig se Roberto Teixeira não depuser como convidado



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou em discurso que, se o advogado Roberto Teixeira não atender a convite para explicações à Comissão de Serviços de Infra-Estrutura, "há que se pensar em CPI da Varig". Para ele, essa seria a única forma de se investigar as negociações sobre a venda da companhia aérea ao fundo de investimento Matlin Patterson e três sócios brasileiros - Marco Antônio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel.

- Sabemos que o governo usará todo o poder da sua base no Congresso para impedir que uma CPI da Varig faça investigações sérias. Mas talvez esse seja o único caminho para as oposições, caso o compadre do presidente Lula se recuse a comparecer ao Senado - disse.

Alvaro Dias sustentou que o empresário Marco Antônio Audi, em seu depoimento nesta quinta-feira (3) à Comissão de Infra-Estrutura, "robusteceu a convicção de ter havido tráfico de influência, favorecimento ilícito, enriquecimento ilícito, formação de quadrilha" na operação de venda da Varig. Acrescentou que o modo de operação do advogado lembra o do publicitário Marcos Valério em suas negociações envolvendo o Banco Rural, o governo e o Partido dos Trabalhadores.

- A esta altura, não temos mais dúvidas de que houve um contrato de gaveta entre os três empresários brasileiros e o fundo estrangeiro. Como se sabe, empresa estrangeira não pode ter mais que 20 por cento de companhia aérea no Brasil.Marco Antônio Audi chegou a dizer hoje que os empresários conseguiram empréstimos em banco no exterior para a compra da companhia aérea sem sequer apresentar fiadores - disse.

Alvaro Dias ainda ironizou:

- O sistema financeiro internacional está aberto a qualquer aventureiro do Brasil. É preciso ter muito boa fé para acreditar na malandragem explícita dessas pessoas que se enriquecem ilicitamente, utilizando-se inclusive da estrutura do Estado brasileiro.



03/07/2008

Agência Senado


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