Alvaro Dias lembra 25 anos da campanha 'Diretas Já'
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lembrou nesta terça-feira (10) que, no próximo dia 12, faz 25 anos que, a pedido do deputado Ulysses Guimarães, comandou a organização do primeiro grande comício por eleições diretas no Brasil, ocorrido na região de Curitiba conhecida como Boca Maldita e que reuniu cerca de 60 mil pessoas. Alvaro Dias assinalou que não se viu mais uma mobilização popular de tal magnitude.
- Aquele momento fascinante da história política do país não pode ser esquecido. É preciso rememorar os feitos históricos relevantes, sobretudo porque devemos buscar exemplos a fim de que as transformações que os novos tempos exigem possam ser operadas. Eu poderia enumerar momentos que justificariam a mobilização popular. Ela não ocorre em razão da apatia das entidades representativas da sociedade e da desorganização dos partidos políticos ou da descrença generalizada em relação aos políticos de forma geral e às instituições públicas - disse.
Alvaro Dias disse que, na semana passada, encaminhou requerimento solicitando voto de aplauso ao comunicador Osmar Santos, que ficou conhecido como o "locutor das Diretas", por sua participação decisiva em todos os grandes comícios da campanha. Osmar Santos, disse o senador, transformou-se numa figura emblemática daquele momento histórico vivido pelo Brasil.
Tempos depois, Osmar Santos foi vítima de um violento acidente automobilístico, ao qual sobreviveu.
- Ele deve ser homenageado por sua participação decisiva nos grandes comícios. O palanque das Diretas Já era marcado pela heterogeneidade, com líderes de partidos e correntes políticas que se opunham. A campanha necessitava, portanto, de um comunicador eficiente para evitar conflitos entre a população que acorria às praças públicas - afirmou o senador.
Alvaro Dias lembrou que a campanha não atingiu o seu objetivo principal, que era a aprovação da emenda Dante de Oliveira, que restabelecia a eleição direta para a Presidência da República, mas, assinalou, as marcas foram decisivas para que o país caminhasse na direção da redemocratização.
- Não vencemos na primeira etapa, mas a campanha não foi em vão. Logo a seguir, Tancredo Neves era eleito presidente da República. Quando há uma causa que justifica a população se mobiliza. São 25 anos. Não vimos mais mobilização igual - concluiu.
10/02/2009
Agência Senado
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