Alvaro Dias: não haverá acordo para limitar investigações da CPI dos cartões
Ao discursar nesta terça-feira (12), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) garantiu não existir qualquer tipo de acordo entre governo e oposição para limitar a abrangência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os chamados cartões corporativos.
- Desta reunião se estabeleceu como discurso de unidade que não haverá acordo relativamente às investigações e que não haverá, sobretudo, acordo para que se estabeleça uma blindagem de reciprocidade. A investigação se dará sem limites. O limite há de ser a lei - afirmou Alvaro Dias, referindo-se à reunião entre líderes da oposição na Câmara e do Senado, nesta terça.
Segundo o senador existem 150 cartões corporativos sendo usados por funcionários de órgãos ligados à Presidência da República. Esses cartões também precisam ser investigados, em sua opinião. Ele rechaçou afirmações do ministro da Justiça, Tarso Genro, de que a questão dos cartões corporativos seria uma "crise artificial" inventada pela oposição. O parlamentar criticou integrantes do governo pela falta de defesa frente às denúncias.
- O governo não se defende. Não há a palavra do mandatário maior da Nação em defesa do seu governo. O que há é uma volta ao passado como forma de justificar falcatruas do presente - disse.
Alvaro Dias afirmou ainda que a oposição só concordará com a instalação da CPI se o comando da comissão for dividido entre governo e oposição. Em apartes, os senadores Jefferson Péres (PDT-AM) e Marisa Serrano (PSDB-MS) elogiaram o pronunciamento do colega.
- Se for uma CPI para que nada se investigue, para que acabe em pizza, para que o governo seja blindado, é preferível que não se instale - afirmou Marisa Serrano.
Jefferson disse que um acordo para limitar as investigações faria a CPI já nascer desmoralizada.
- Se se instala uma CPI, não pode haver limites de investigação. Essa blindagem recíproca seria realmente para acaçapar o Congresso - afirmou o senador pedetista.
12/02/2008
Agência Senado
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