Alvaro Dias: novas denúncias contra a Petrobras reforçam CPI
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) voltou a defender, nesta quinta-feira (16), a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as contas da Petrobras. No dia 6, o senador anunciara a disposição do PSDB de analisar a ideia da investigação por causa de "grandes escândalos", como o dos royalties. Nesta quinta-feira, chamou a atenção para os gastos da empresa com o patrocínio de forrós e festas de São João, além de outras atividades de entretenimento.
- A Petrobras se transformou, nos últimos tempos, em verdadeira caixa preta, o que recomenda a instalação de uma CPI e certamente deve inspirar a ação do jornalismo investigativo - recomendou o senador.
Alvaro Dias mencionou o noticiário do jornal Folha de S. Paulo, que traz matérias tratando da aplicação de recursos da empresa em patrocínios "mal explicados", como o destinado, em Sergipe, ao Forró Caju (R$ 350 mil) e a festejos de São João em diversos municípios (R$ 1,3 milhão), neste caso por intermédio da Beija-Flor Produções Artísticas.
Na Bahia, a empresa teria doado R$ 1,4 milhão para festas com a intermediação de uma organização não-governamental (ONG) presidida pela vice-presidente do PT no estado, Aldenira da Conceição Sena.
- É um favorecimento claro, visível. Os valores são menores, mas não deixam de fazer falta ao povo brasileiro - disse o parlamentar, fazendo a comparação com a denúncia de favorecimento da ordem de R$ 178 milhões a usineiros, no final do ano passado.
O senador informou que está preparando um requerimento de pedido de informações sobre gastos com publicidade e patrocínio da Petrobras, a ser encaminhando à Mesa do Senado na semana que vem. Para Alvaro Dias, deixar de apurar suspeitas como estas é correr o risco de torná-las banais em razão de sua repetição e quantidade.
Em seu discurso o senador também referiu-se ao empréstimo vultoso (R$ 100 bilhões) do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à ajuda "insuficiente" do governo federal aos municípios.
Ao final, levou à tribuna as reivindicações de dois ramos da saúde: as farmácias querem continuar vendendo produtos não exclusivamente farmacêuticas e as clínicas de fisioterapia pedem o reajuste das tabelas dos convênios.
16/04/2009
Agência Senado
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