Alvaro Dias: "O roubo é de bilhões de dólares", mas o governo não aceita que a CPI investigue a Petrobras



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou em discurso, na tarde desta terça-feira (10), que "o roubo é de bilhões de dólares" nas grandes obras administradas pela Petrobras, mas o governo não aceita que ela seja investigada. Por isso, os partidos de oposição decidiram deixar a CPI da Petrobrás, no Senado, pois o governo tem maioria de votos na CPI e não permitiu que qualquer investigação.

"Até o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que a Petrobrás gasta demais", referindo-se à sua sociedade com a Petrobras para construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Conforme Álvaro Dias, só nesta refinaria pode ser constatado um superfaturamento de 2 bilhões de dólares. Disse que a refinaria inicialmente iria custar 4 bilhões de dólares, mas o valor já subiu para 12 bilhões de dólares.

O senador paranaense informou que os partidos de oposição estão encaminhando ao Ministério Público 18 representações para que a instituição investigue denúncias que envolvem a estatal, seus fornecedores e funcionários. Além da refinaria Abreu e Lima, os partidos de oposição propõem que sejam aprofundadas investigações no projeto de recuperação do sistema de produção de óleo e gás natural na região norte, nas obras de adequação da refinaria Gabriel Passos e na compra da Suzano Petroquímica pela Petrobrás. Nesses casos, disse Álvaro Dias, existem indícios de improbidade administrativa.

Em dois anos, a Petrobras contratou serviços no valor de R$ 38 bilhões sem que fossem feitas concorrências e os oposicionistas querem que o Ministério Público examine esses contratos. Álvaro Dias sustentou ainda que houve crime de responsabilidade na venda de refinarias para o governo da Bolívia por preço inferior ao valor de mercado.

- Na verdade, na CPI fomos impedidos de ter acesso a documentos, a informações, a sindicâncias internas realizadas pela Petrobras, a inquéritos, a contratos, a convênios, a prestação de contas. Fomos impedidos de convocar pessoas para depor, até mesmo presos na Operação Águas Profundas. Quem convocaríamos? CPI para ouvir apenas o governo? A CPI se transformou num palco para atender os interesses do governo e o seu proselitismo administrativo, escondendo desmandos, desvios, desvios constatados pelo Tribunal de Contas, pelo Ministério Público - acrescentou o senador paranaense. Ele foi apoiado, em aparte, pelo senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA).



10/11/2009

Agência Senado


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