ÁLVARO DIAS PROTESTA CONTRA PROCESSO DE PRIVATIZAÇÕES



O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) protestou, nesta quinta-feira (dia 2), contra o processo de privatizações no Brasil. O parlamentar afirmou que até hoje espera um esclarecimento do governo sobre o modelo adotado. Para ele, trata-se de "um negócio inexplicável".
Da tribuna do plenário, o senador disse ser impossível medir quanto o país perdeu com as privatizações. Lembrou que o governo realizou investimentos, aumentou tarifas, assumiu dívidas e diminuiu a folha de pagamento das estatais, antes de sua privatização.
- Nessas empresas, que tinham uma missão social relevante, agora ocorre o contrário: o apetite desmesurado pelo ganho fácil, pelo lucro facilitado pelo governo - protestou o senador.
O senador ressaltou que o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Andrea Calabi, ameaçou, em recente entrevista, alterar os contratos de concessão de serviços públicos se as tarifas de concessões subirem demasiado. Para o parlamentar, é o primeiro integrante do governo federal a reconhecer que o modelo de privatizações é falho.
- As empresas privatizadas foram entregues generosamente a empresas estrangeiras, como uma espécie de presente de casamento real - comparou o senador. Ele lembrou que esses contratos determinam aumentos anuais de acordo com a inflação ou quando houver algum imprevisto, mas não definiu quais seriam estes imprevistos.
Álvaro Dias citou o exemplo da Cosipa, saneada a um custo de R$ 1,3 bilhão e vendida por R$ 300 milhões. Outro exemplo foi a privatização das empresas de telefonia, cuja venda por R$ 22 bilhões foi comemorada pelo governo, apesar do investimento de R$ 21 bilhões feito nos últimos 30 meses.
O senador trouxe também o caso da Companhia Siderúrgica Nacional, vendida por R$ 1,05 bilhão. Desse valor, no entanto, R$ 1,01 bilhão foi pago em "moedas podres e títulos públicos que têm deságio no mercado de 50%", comentou Álvaro Dias. Ele protestou ainda pelo fato dessas moedas podres terem sido financiadas em condições privilegiadas pelo BNDES.
O senador lembrou que o governo do Paraná anuncia a privatização do banco e da companhia de energia estaduais. O governo paranaense tomou empréstimo de R$ 5 bilhões para sanear o Banestado, que deve ser ofertado por cerca de R$ 400 milhões, afirmou.
- Se um empresário pedir um empréstimo de R$ 500 milhões para sanear uma empresa e vendê-la por R$ 100 milhões, será acusado de loucura plena. Vamos chamar o governo de quê? - perguntou o senador.
O discurso de Álvaro Dias teve um aparte do vice-presidente do Senado, senador Geraldo Melo (PSDB-RN), que pediu apoio para seu projeto disciplinando a privatização de empresas de saneamento.

02/12/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


Alvaro Dias protesta contra programa eleitoral do PT

Alvaro Dias protesta contra forma de votação da DRU na CCJ

Álvaro Dias protesta contra notícias de terrorismo no Paraná

Alvaro Dias protesta contra suspensão das sessões deliberativas

Alvaro Dias protesta contra aumento da carga tributária

ÁLVARO DIAS PROTESTA CONTRA VIOLÊNCIA POLICIAL NO PARANÁ