Alvaro Dias: Quem grampeou STF e Senadores queria chantagear



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou em discurso que "não se tem a menor dúvida" de que as pessoas que grampearam os telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal e de senadores "queriam obter dados para futura chantagem". Ponderou que o STF vem decidindo ações importantes do interesse do governo, assim como os senadores da oposição representam uma "pedra no sapato" do governo.

Apesar de apoiar a rapidez com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu afastar preventivamente a diretoria da Agência Brasileira de Informações (Abin), Alvaro Dias manifestou sua descrença sobre a possibilidade de se identificar os verdadeiros mandantes da escuta telefônica. Para ele, fatos passados do governo mostram que não se deve esperar por isso.

O senador pretende propor à direção do seu partido, o PSDB, que provoque o Ministério Público Federal para abrir uma investigação sobre a escuta, observando que se trata de um atentado ao regime democrático. Alvaro Dias minimizou a decisão do governo de pedir ao Congresso que regulamente as escutas telefônicas.

- Não é uma lei que vai impedir que a 'arapongagem' se estabeleça. Não podemos esquecer que a Abin é ligada ao presidente da República - disse.

O senador também minimizou o pedido do governo, na nota divulgada na noite de segunda-feira (1º), para aprovação de projeto que aumenta a pena para servidores públicos que cometam ilegalidades.

- Ora, isso de nada adianta se a cada episódio escandaloso se segue uma pizza, onde ninguém é punido - afirmou.

Alvaro Dias opinou ainda que o atual episódio não tem gerado uma crise institucional por se tratar de uma "ilegalidade já banalizada" no país. O senador pelo Paraná disse ter sido advertido, no ano passado, sobre a possibilidade de grampo em seus telefones em Curitiba. Lembrou que, na ocasião, um assessor chegou a pedir a um juiz que determinasse à polícia uma varredura em sua residência. Entretanto, logo depois o senador suspendeu a solicitação, pois temia que acabassem colocando em sua casa equipamentos de espionagem "bem mais sofisticados" que simples grampos telefônicos.

O senador Papaléo Paes (PSDB-AP), que presidia a sessão, disse que a prática da escuta telefônica irregular tem objetivado encontrar algum indício de irregularidade e, a partir disso, sustentar um pedido legal de grampo de telefones.

- Primeiro, ficam bisbilhotando a vida da pessoa. Se houver algum indício, aí pedem uma escuta legal - afirmou.



02/09/2008

Agência Senado


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