Alvaro Dias quer que a Polícia Federal investigue denúncias de tráfico de influência



Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (21), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu a apresentação de requerimento, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, para que a Polícia Federal investigue o suposto tráfico de influência de pessoas ligadas ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no atual governo, conforme denúncias apresentadas pelo caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, em depoimento à comissão na semana passada.

- A CPI frustrará a opinião pública brasileira e não corresponderá às expectativas se inocentar os principais responsáveis pela corrupção. A tese da impunidade não pode se consolidar no Brasil. Queremos uma investigação com profundidade, que supere todos os obstáculos postos à nossa frente, inclusive os colocados pelo Supremo Tribunal Federal em decisões monocráticas, que dizem respeito a uma tentativa de obstruir os trabalhos de investigação e blindar autoridades contaminadas neste tempo de corrupção - disse Alvaro Dias.

Em seu depoimento, Nildo assegurou que ex-assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP), entre os quais Vladimir Poleto e Rogério Buratti, freqüentavam uma casa, localizada no Lago Sul, em Brasília, onde seriam realizadas "festas, churrascos e partilha de dinheiro", com a participação do ministro da Fazenda. O depoimento foi interrompido por conta de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a alegação de que a CPI dos Bingos estaria investigando episódios sem correlação com o fato determinado que justificou sua criação. A liminar foi concedida pelo ministro Cezar Peluso, em mandado de segurança impetrado pelo senador Tião Viana (PT-AC).

- Jamais quisemos ouvir detalhes da vida privada do ministro, mas sobre a sua participação nos encontros realizados na casa e sobre as acusações de tráfico de influência. O caseiro já falou o que tinha a dizer. Queremos que a CPI apure não só as denúncias do caseiro, mas todos os fatos que envolvem os ex-assessores de Palocci, que instalaram em Brasília um aparelho para exercer tráfico de influência, com favorecimento ilícito visível em várias oportunidades, no mínimo com a complacência, para não dizer participação direta, do ministro Palocci - afirmou Alvaro Dias.

Correios

O senador pelo Paraná também defendeu que o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, a ser apresentado nos próximos dias, contenha elementos que auxiliem o trabalho do Ministério Público e autoridades policiais na apuração das denúncias de corrupção.

- Temos o dever de aprovar um relatório que produza resultados jurídicos e sirva ao Ministério Público para instauração dos procedimentos, a fim de responsabilizar civil e criminalmente os eventuais envolvidos no esquema de corrupção. É dever nosso e do Congresso aprovar relatório com provas documentais e testemunhais, indiciando pessoas, para que o Ministério Público faça a sua parte - disse Alvaro Dias.



21/03/2006

Agência Senado


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