Alvaro Dias relembra os 50 anos da Revolta dos Posseiros, no Paraná



Ao lembrar passagem dos 50 anos do levante rural ocorrido em outubro de 1957 no sudoeste paranaense, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que a Revolta dos Posseiros, como ficou conhecida, foi o primeiro movimento social relativo à luta pela terra que obteve êxito no Brasil contemporâneo. O cinqüentenário do levante foi lembrado na hora do expediente desta terça-feira (2), a partir de requerimento do senador pelo Paraná.

A revolta, que incluiu a tomada da cidade de Francisco Beltrão, eclodiu em 10 de outubro de 1957, em virtude da distribuição de terras pelo governo a companhias colonizadoras. A iniciativa deixou insatisfeitos residentes locais que, embora fossem donos legítimos dos terrenos, não dispunham das escrituras das propriedades.

- Lamentavelmente, a revolta é de pouco alcance publico, se considerada a envergadura histórica do movimento. Uma seqüência de lutas, de dor e de posturas heróicas moldura um dos movimentos sociais da segunda metade do século de maior impacto na vida nacional - afirmou, lembrando que o movimento também é conhecido como Revolta Camponesa, Revolta dos Colonos e Levante dos Posseiros.

Alvaro Dias ressaltou que a violência contida no movimento não partiu dos colonos, mas dos grupos econômicos infiltrados em todos os níveis da estrutura pública estadual. Em sua avaliação, o ressentimento represado durante muito tempo pelos colonos eclodiu em toda a sua "fúria libertária".

- O levante galvanizou o sentimento de revolta reinante entre os agricultores de inúmeras localidades do sudoeste. Contingentes de homens munidos de espingarda e armas rudimentares afluíram à cidade de Francisco Beltrão. Os insurgentes, movidos pelo sentimento comum de espoliação, ocuparam a cidade para expulsar as companhias colonizadoras - disse.

Em seu discurso, Alvaro Dias fez uma analise histórica dos conflitos havidos no sudoeste do Paraná desde o início do povoamento efetivo da região, assinalando que "os valentes colonizadores do sudoeste paranaense escreveram uma página notável no capítulo da luta pela terra na história social e econômica brasileira".

- Foi preciso para que se chegasse aos anos 60 para que conquistas legais se efetivassem - disse o senador.

Ele lembrou que o presidente Jânio Quadros declarou a utilidade pública da gleba Missões e parte da Chopim. Em 1962, no governo João Goulart, a União e o estado do Paraná cedem formalmente a propriedade das terras aos seus ocupantes. No mesmo ano, criou-se o Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná, o Getsop, a quem coube medir, demarcar e dividir os lotes.

Alvaro Dias disse que o sudoeste do Paraná "se diferencia exatamente pela politização de sua gente" e que a região conta atualmente com lideranças políticas de destaque, com prefeitos "extraordinariamente bem avaliados em seus municípios pela população".

- Miram-se nos exemplos desses antepassados que lutaram com valentia na defesa dos seus próprios direitos. É por isso que se diz sempre que um povo que não luta pelos seus direitos não é digno de direito algum. Por esta razão, o sudoeste setransforma em exemplo de atuação política afirmativa. É lá que assistimos constantemente o esforço das lideranças em estabelecer a necessária interação suprapartidariamente, maximizando os seus esforços na busca das suas aspirações coletivas - concluiu.

Integraram a mesa, durante a homenagem à Revolta dos Posseiros o representante do governo do Paraná, Nivaldo Krieger, e prefeitos de municípios do sudoeste do estado.b



02/10/2007

Agência Senado


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