Álvaro Dias se diz surpreso com veto de FHC a projeto que inclui Sociologia no ensino médio



O senador Álvaro Dias (PDT-PR) disse nesta quinta-feira (dia 11) estar surpreso com decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso, um sociólogo, de vetar o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que prevê a inclusão das matérias Sociologia e Filosofia no currículo escolar do ensino médio. "Fosse ele um déspota e tivéssemos um governo autoritário, não nos surpreenderia. Mas, sendo um presidente eleito por milhões de brasileiros, nos surpreende a decisão de vetar o projeto. Espera-se de um governo democrático o apoio ao avanço da educação", afirmou.

Para Dias, a questão principal é a necessidade de discutir o conceito de escola que se quer para os estudantes brasileiros, "a retrógrada, que só acumula conhecimento, ou a moderna que permite a reflexão sobre o mundo em que vivemos". O senador disse que Filosofia e Sociologia são matérias indispensáveis para a formação humana e estimulam a capacidade de reflexão dos jovens, possibilitando que sejam agentes transformadores da sociedade.

O senador Lauro Campos (PDT-DF) disse que não fica bem para um presidente sociólogo vetar a Sociologia nas escolas. "Fica parecendo que a Sociologia não vale nada", assinalou. A senadora Marina Silva (PT-AC) lamentou que Fernando Henrique não tenha a sensibilidade e não esteja afinado com as necessidades de atualização de conhecimentos que as pessoas precisam para enfrentar as exigências de um novo mercado de trabalho. Segundo ela, os jovens precisam aprender a pensar, pois o mundo está organizado de maneira a buscar não apenas aqueles que detém o conhecimento, mas aqueles que também sabem processar as informações.

Álvaro Dias também rebateu os argumentos do governo de que não existe número suficiente de professores para suprir essa nova demanda e que não há recursos suficientes para pagá-los. "Fernando Henrique já afirmou no passado que educação não é despesa, é investimento", recordou.

11/10/2001

Agência Senado


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